Os motoristas dos veículos que bateram, na madrugada do último domingo (3), na Rodovia Comandante João Ribeiro de Barros (SP-255), em Boa Esperança do Sul, se recusaram a fazer exames clínicos que poderiam comprovar ou não a ingestão de bebida alcoólica. O acidente resultou na morte de uma criança de 1 ano e 8 meses, que foi encontrada no porta-malas de um dos carros.
Inicialmente, os dois condutores admitiram o consumo de álcool horas antes do acidente, mas se negaram a fornecer amostras de sangue solicitadas pela Polícia Civil. O pedido foi feito durante atendimento médico das vítimas na Santa Casa de Araraquara.
Um dos carros era dirigido por um jovem, de 22 anos, pai da criança encontrada morta horas depois. Na caminhonete, estava um homem, 41, a mulher dele, 41, e o filho do casal, 14.
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O jovem contou que estava na casa de uma amiga, no Jardim Palmeiras, em Boa Esperança do Sul, aonde “chegou a ingerir bebida alcoólica em pouca quantidade”. Ele disse que voltava para Araraquara com o filho na cadeirinha no banco traseiro e, “em circunstâncias que não soube explicar naquele momento, ocorreu o acidente com a caminhonete.”.
Previamente, a Polícia Rodoviária informou que o outro veículo era conduzido pela mulher. Mas a versão foi contestada pelo marido que admitiu estar na direção no momento do acidente, mesmo sabendo que estava com a CNH (Carteira Nacional de Habilitação) vencida.
Ele contou que estava com a família em uma casa de shows em Araraquara, aonde “chegou a fazer a ingestão de pequena quantidade de bebida alcoólica”, e voltava para a casa com a esposa no banco do passageiro e o filho atrás.
No trajeto – por motivos a serem investigados – houve uma colisão frontal.
Às 04h23, o Plantão Policial de Araraquara acionou a perícia criminalística para o local do acidente. Após trabalho da Polícia Científica, a caminhonete foi liberada para familiares da vítima e o carro recolhido para o pátio da Polícia Rodoviária.
Porém, após a remoção do automóvel, a Polícia Rodoviária recebeu a informação de que a criança, identificada como Gael Benício Garcia Gardim, que estava no veículo com o pai, não tinha sido socorrida e, durante nova vistoria, encontrou o corpo do garoto no porta-malas, coberto por roupas.
Novamente, os peritos foram acionados e à noite solicitaram a apreensão do carro para perícias complementares. O caso é investigado pela Polícia Civil de Boa Esperança do Sul.
O corpo da criança foi encaminhado para o IML (Instituto Médico Legal) para exame necroscópico com objetivo de constar a causa da morte. Ele foi enterrado na última segunda-feira (4) no cemitério dos Britos.
As vítimas foram levadas para a Santa Casa de Araraquara, mas o hospital ainda não atualizou o estado de saúde delas.
O motorista mais jovem foi socorrido com ferimentos no tórax, braço esquerdo, quadril e perna esquerda. Já o outro condutor sofreu ferimentos no rosto, tórax, braço e pé esquerdos. A mulher dele foi resgatada com ferimentos na lateral direita do rosto, inclusive, no olho, braço e perna direitos, e o filho do casal sofreu apenas machucados no pé esquerdo.
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