Araraquara e outras 17 cidades da região têm 219 policiais civis a menos que o previsto, o que representa um déficit superior a 57%, de acordo com o Sindpesp (Sindicato dos Delegados de Polícia do Estado de São Paulo).
A função de agente papiloscopista é a que a apresenta a maior defasagem. Das 12 vagas previstas, apenas quatro estão ocupadas, ou seja, um déficit de 66,7%.
De acordo com o sindicato, faltam ainda 87 investigadores e 12 delegados. Nestas funções o déficit é de 65% e 30%, respectivamente.
Para a presidente do sindicato, Jacqueline Valadares, esta defasagem afeta a sensação de segurança e provoca sobrecarga de trabalho. “Uma vez que um profissional têm que se desdobrar em tarefas que deveriam ser feitas por 3 ou 4 profissionais”, afirmou em entrevista à EPTV.
Na região de Araraquara, estão as cidades de Américo Brasiliense, Boa Esperança do Sul, Borborema, Cândido Rodrigues, Dobrada, Fernando Prestes, Gavião Peixoto, Ibitinga, Itápolis, Matão, Motuca, Nova Europa, Rincão, Santa Ernestina, Santa Lúcia, Tabatinga e Taquaritinga.
Segundo o Sindpesp, a Polícia Civil não tem reposto as baixas por exonerações, aposentadorias e óbitos. Além disso, o baixo salário não tem atraído novos profissionais.
“É muito importante que São Paulo passe a ter a percepção da importância que a Polícia Civil tem. Só se esclarecem crimes com uma Polícia Civil forte, com seus quadros completos e seus profissionais devidamente remunerados”, completou Jacqueline.
Para determinar o percentual de defasagem policial, o sindicato usou a Resolução n.º 105, do governo do estado, que vigorou até 2013, quando foi revogada, mas não foi substituída por outra.
A secretaria de Segurança Pública reconheceu que existe falta de profissionais, mas afirmou que o déficit é 34,6% em todo estado. A pasta disse ainda que está empenhada para reverter a situação e que há concursos em andamento para preencher mais de 14,7 mil vagas, mas não informou sobre prazos para contratação.
