O retorno gradual das aulas presenciais em Araraquara deve ocorrer no dia 8 de fevereiro. A Prefeitura ainda deve formalizar a decisão com a publicação de um decreto, porém, segundo a Secretaria Municipal da Educação a data já é tida como certa.
Essa volta às aulas vale para todas as redes, incluindo a estadual e particular – uma vez que o município possui autonomia para definir -, e vai ocorrer de forma parcial e não obrigatória. Na rede estadual, o retorno acontece no dia 1º, enquanto na rede municipal será uma semana depois.
Segundo a pasta, esse retorno será apenas para 35% dos alunos. Especialmente aqueles que apresentaram maior dificuldade durante os últimos meses com as aulas virtuais ou que nem conseguiram, por exemplo, ter a assiduidade necessária ou fazer a entrega dos trabalhos.
“No infantil estão trabalhando para o retorno das crianças que estão em período integral na rede de educação infantil e no ensino fundamental focados em três aspectos: dos nossos estudantes que não conseguiram acompanhar pelas mais diferentes questões, nem o online, nem material de casa; as crianças que receberam e ainda assim tiveram muitas dificuldades; e aquelas que estão em situação de agravamento da vulnerabilidade”, diz Clélia Mara Santos, secretária da Educação de Araraquara.
Para o governo, o retorno é importante diante dos prejuízos educacionais que muitos alunos vêm sofrendo, incluindo, problemas relacionados à evasão escolar. Além disso, a decisão leva em conta aspectos da comunidade científica que não associa o retorno às aulas com o aumento de casos da covid-19. Embora haja esse retorno, as atividades virtuais nas escolas não vão acabar, pois a intensão é fazer um sistema de ensino híbrido enquanto durar a pandemia.
“A gente vai continuar fazendo, mantendo e aprimorando, seja o nosso online, ou formas e ferramentas que a gente tem enviado para a casa dos nossos alunos, como atividades escolares necessárias para garantir o vínculo e o processo de aprendizagem. Os dois se manterão possivelmente ao longo do ano letivo de 2021, as atividades presenciais com esse caráter de segurança e ponderação e também atividades mediadas por tecnologia”, explica.
Para reforçar a segurança da medida, o governo leva em conta a boa experiência que teve nos últimos meses com o funcionamento de duas creches aqui em Araraquara que não fecharam as portas, mesmo com a pandemia, respeitando todos os critérios sanitários estabelecidos.
“A gente vivenciou diferentes momentos, pois estamos em funcionamento com elas desde sempre. A suspensão das aulas veio no dia 23, tivemos uma semana de organização e já retomamos esse atendimento de caráter prioritário, sobretudo para os trabalhadores da administração e da área de saúde. Então foi uma experiência ao longo de todo o ano letivo, extremamente importante, que nos deu alguns elementos de como é que a gente pensa a questão dos profissionais, dos alunos e a relação com os familiares”, afirma.
Clélia Mara Santos ressalta que a administração municipal tem tomado medidas, desde o ano passado, para garantir o retorno gradual às aulas na cidade. Segundo ela, as ações vão desde criação de um protocolo, discussão com a comunidade escolar a compra de equipamentos de proteção individual (EPIs) e adequações nas unidades.
“A gente fez uma boa conversa quando do processo de composição da comissão que elaborou o protocolo sanitário e enfrentamento a covid-19 no ambiente escolar. Foi um momento importante, que a gente reuniu um número bom de profissionais, pais, familiares, então a gente pôde conversar. Mas isso está muito dividido na sociedade. Tem muitas incertezas em relação ao assunto, até porque a covid-19 não é uma gripe. Ela é algo extremamente sério”.
Assim como prevê o Governo do Estado, o município deve ter o retorno presencial não obrigatório das aulas independente da situação epidemiológica. O calendário escolar municipal ainda pode ter ajustes, porém, a previsão é de retorno em 8 de fevereiro com aval do comitê de Contingência da doença.
“É retorno da escola para todas as redes. Fizemos discussões prévias, mas amanhã a gente bate o martelo, sob a coordenação da secretária Eliana Honain, em relação a alterações e questões práticas que a gente precisa dar conta. A ideia é que a gente possa autorizar o retorno e funcionamento das escolas”, finaliza.