Nos últimos meses, grande parte da população brasileira têm enfrentado massas de ar frio, com temperaturas que chegaram a marcar entre 0ºC a 5ºC, com mudanças bruscas na temperatura. Segundo o cardiologista Yuri Brasil, é preciso buscar proteção máxima ao corpo, pois a resposta fisiológica do organismo ao frio aumenta o risco de derrames e até mesmo de infarto.
“Não é nem mesmo preciso que a temperatura chegue a extremos para que o corpo reaja. Com o clima abaixo dos quinze graus, já ocorre uma vasoconstrição importante, com as artérias se fechando e causando algo chamado vaso espasmo, o que consequentemente eleva a pressão e a frequência cardíaca e aumenta o risco de acidentes, como o infarto, em até três vezes”, explica.
O especialista também reforça sobre a necessidade de se manter alerta aos sintomas clássicos que podem sinalizar o infarto, como dor ou desconforto no peito, que pode ainda irradiar para o braço esquerdo ou para região da mandíbula. “Vômitos, náuseas e sudorese também podem sinalizar o problema.”
Entre os grupos de paciente especialmente atingidos por esse tipo de perturbação, Brasil destaca os idosos, diabéticos, imunodeprimidos e pessoas que fizeram transplante ou que fizeram tratamento que abaixe a imunidade. “Lembrando que mulheres também são grupo de risco e podem desenvolver sintomas mais atípicos que o habitual, como falta de ar e dores no abdômen, por exemplo.”
Diante desse cenário, o especialista recomenda que as pessoas se agasalhem corretamente a fim de prevenir o problema, além de realizarem exames de rotina com um cardiologista, já que as doenças cardiológicas são as que mais matam em todo o mundo. Segundo a Sociedade Brasileira de Cardiologia, são 1.100 mortes diárias no país.
“Em tempos de pandemia, vale destacar que as vacinações contra a Influenza e a covid-19 também são uma forma de prevenção muito eficaz, já que pacientes com condições cardiovasculares estabelecidas desenvolvem mais complicações caso contraiam algum desses vírus, ainda mais comuns durante o inverno”, diz.