A Santa Casa de Araraquara deve demitir 40 funcionários que atuam na cozinha da instituição. A medida faz parte do processo de terceirização do setor, cujo prazo de início ainda não foi definido.
Na última quarta-feira (17), o hospital publicou um chamamento público para a contratação de empresa especializada na prestação de serviço e fornecimento de nutrição e dietas. O prazo para envio das propostas termina no dia 12 de maio.
O edital aponta a preferência por empresas com sistema de preparo e manipulação de pequenas refeições e ultracongelados para almoço e jantar, com estoque mínimo de segurança de 15 dias.
Ao acidade on, o provedor da Santa Casa Jéferson Yashuda explicou que a medida atende a orientação da Vigilância Sanitária, como a necessidade de manter a temperatura ideal dos alimentos. Segundo ele, atualmente, as refeições perdem temperatura durante o transporte.
O provedor disse ainda que, assim como ocorre em outros hospitais, os alimentos serão preparados pela empresa responsável e congelados. Depois, serão descongelados e colocados em carrinhos térmicos, que não existem atualmente.
Segundo o edital, a empresa deverá preparar, distribuir e recolher os alimentos servidos diariamente a pacientes, acompanhantes e funcionários. Somente entre almoço e jantar e lanche da tarde, a média é de 500 refeições.
Em nota, a Santa Casa disse ainda que “o chamamento não é vinculativo, ou seja, mesmo com as empresas habilitadas, pode optar, se assim entender mais producente, pela manutenção do serviço na forma como organizado atualmente.“
Ainda segundo o hospital, o custo não será o único critério que será levado em consideração. “Posto que por se tratar de alimentação para pacientes do nosocômio, fatores como qualidade, segurança e beneficios nutricionais são considerados no panorama geral para definição de eventual contratação”, explicou.
Estão no quadro necessário de colaboradores previsto no chamamento nutricionista, técnico em nutrição, oficial de cozinha, copeiras e lactaristas.
A diretora regional do Sinsaúde (Sindicato dos Empregados em Estabelecimentos de Serviços de Saúde), Claudete Aparecida Defávere não concorda com a decisão do hospital. “Acredito que haja outros meios para deixar a cozinha da Santa Casa piloto e manter os funcionários. Não precisa servir uma refeição ultracongelada e ainda ouvir do provedor que terá um prejuízo de R$ 100 mil”, disse.
Para o Sinsaúde, as demissões contrariam o acordo coletivo de trabalho, que proíbe a terceirização de serviços desempenhados por trabalhadores da saúde. “[…] mesmo que se diga que será absorvida aquela mão de obra, causará prejuízos salariais porque haverá precarização de seus atuais direitos“, diz informativo do sindicato.
Já o hospital informou ainda que respeita as convenções e acordos trabalhistas, mas que entende não haver violação de direitos. “Como instituição que utiliza recursos do SUS (Sistema Único de Saúde), é dever da Santa Casa buscar a máxima eficiência, equilibrando a sua atenção focada no bem-estar dos pacientes, acompanhantes e seus próprios empregados, sem deixar de otimizar custos, em respeito ao dinheiro público”, concluiu.
FIQUE ON