Araraquara voltou mais uma vez à fase amarela, após três dias na fase vermelha do Plano São Paulo de flexibilização das atividades econômicas. Ao todo, foram seis dias de restrições, incluindo os dias 25, 26 e 27 de dezembro.
Nesta segunda-feira (4), retomaram as atividades do comércio, bares e restaurantes. Após o recesso de fim de ano, as repartições públicas também reabriram.
Mesmo com a flexibilização, o movimento no Centro da cidade foi bastante tranquilo, sem filas nas primeiras horas da manhã. Movimentação mais intensa nos bancos, casas lotéricas e repartições públicas.
A dona de casa, Erica da Silva, de 52 anos, não encontrou dificuldades para trocar um presente que ganhou no Natal. “Foi muito tranquilo”, descreve.
O mesmo relato da empregada doméstica Carmen Lucia dos Santos Torres, 41, que também optou por ir ao Centro hoje pela manhã. “Eu comprei um pijama, dois panos de prato e vim pagar. Está tranquilo, bem sossegado”, relata.
Em recente entrevista à CBN, o presidente do Sincomércio Araraquara, Antônio Deliza Neto, classificou a decisão do governo paulista de colocar todo o estado na fase vermelha como uma “total falta de planejamento”.
“Nós fomos punidos com essa política impensada, na minha modesta opinião, do Governo de São Paulo. Fica muito difícil você trabalhar em uma situação onde não há nenhum tipo de planejamento. Isso poderia ocorrer [restrição], sem dúvida nenhuma, mas se fosse planejado com uma certa antecedência. Então é complicado e chega a ser desastroso para determinados segmentos como restaurantes, o pessoal que está fazendo ceia para fora, os bares, ou seja, fica muito difícil a gente enfrentar esse tipo de situação”, ressalta.
A partir de hoje, o comércio volta a funcionar por até 12 horas, de segunda a sexta. Durante a semana, as lojas funcionam das 9h às 18h, e aos sábados, das 10h às 17h.
O mesmo ocorre com shoppings, que podem atender por até 12 horas diárias, entre as 10 e 22 horas. Já bares, restaurantes e similares
A motorista de aplicativo, Lucilene Rodrigues de Jesus, 32, aproveitou para resolver todas pendências que ficaram do ano passado.
“Eu ia comprar um lençol para cama e umas peças de roupa para minha filha. Estava evitando vir ao centro, para poder fazer tudo de uma só vez”, explica.
Bares e restaurantes também reabrem. Os estabelecimentos podem retomar o atendimento com limitação de até dez horas diárias, respeitando o limite de funcionamento até às 22 horas.
O presidente do Sindicado dos Bares e Restaurantes (SINHORES) afirma que a decisão do governo paulista, seguida pelo município, de fechar o setor foi tomada em “cima da hora” e que muitos empresários não vão sobreviver.
“Menos de 12 horas antes do fechamento dos restaurantes à fase vermelha muitos empresários haviam adquirido mercadoria mediante empréstimo, mais dívidas e ficaram impedidos de trabalhar para poder atender um público que neste período tradicionalmente não quer cozinhar em casa e vai comprar ceia nos restaurantes. Lamentamos muito a falta de sensibilidade dos governos Estadual e Municipal. Muitos empresários não vão resistir ao acúmulo de dívidas e esperamos que este ano nós possamos trabalhar. Queremos apenas a liberdade de poder trabalhar e continuar gerando emprego”, defende.
Após 12 dias, as repartições públicas também retomaram as atividades. A prefeitura reabriu no horário normal, das 9h30 às 12h30 e das 13h30 às 16h30.
A servidora pública, Sislaine Aparecida Oliveira, 61, foi até a prefeitura para tentar resolver um problema com a escritura de um imóvel.
“Hoje fui no cartório e acabei vindo aqui para ver onde resolvo minha situação”, afirma.
Como todo começo de ano é voltado para pagar as contas. A Audeniza Gomes Araújo, 36, que está desempregada estava em busca da isenção do IPTU.
“Vou isentar o IPTU, pois estou desempregada e quero deixar minhas contas em ordem”, finaliza.