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CotidianoSem estacionamento, qual o destino dos voluntários da Udefa?

Sem estacionamento, qual o destino dos voluntários da Udefa?

Por 20 anos, deficientes físicos trabalharam no Extra Hipermercados; com mudanças, eles temem a paralisação da parceria

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Parceria entre Udefa e Extra levou 20 anos (Foto: Arquivo Pessoal)

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Com o fechamento do Extra, como deve ficar o trabalho voluntário que era desenvolvido no estacionamento do hipermercado pela União dos Deficientes Físicos de Araraquara (Udefa)? A preocupação é que a parceria seja interrompida após 20 anos. 

O Extra encerrou as atividades na cidade em dezembro do ano passado. O prédio pertence ao Grupo Pão de Açúcar e está passando por reformas. A rede Assaí Atacadista deve assumir o local, mas sem data prevista. 

Os voluntários da Udefa recebiam uma ajuda de custo no valor de R$500 para controlar o acesso dos clientes e fazer a cobrança dos tickets do estacionamento. Com a mudança, eles temem a paralisação da parceria. 

Por 20 anos, a Shirlei Daniela da Silva, de 39 anos, trabalhou no estacionamento do Extra. Com uma luxação congênita no quadril, ela enfrenta dificuldades para entrar no mercado de trabalho. Hoje, está parada, sem emprego, e recebe um salário mínimo de aposentadoria. 

Mãe de três filhos, Shirlei lembra que, além da ajuda de custo, o trabalho também era importante para a autoestima dos deficientes. “A gente fica em casa e entra em depressão. Lá, além da ajuda de custo, a gente fazia amizade, o pessoal gostava da gente. Era bem legal”, conta. 

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O Daniel Ribeiro, 50, está na mesma situação. Aposentado com um salário mínimo, a ajuda de custo era destinada às contas do dia-a-dia, como água, luz e internet.  

Hiper Extra encerrou atividades em Araraquara (Foto: Guilherme Leal/CBN Araraquara)

Cadeirante, desde os 27 anos, quando precisou amputar a perna esquerda por conta de trombose, ele tem esperança que a parceria continue. “Torço para que dê tudo certo. Agora, complicou porque este dinheiro já não tenho mais”, diz. 

Para Gilmar Pitanga, 55, o momento é preocupante. Aos 32 anos, ele sofreu uma lesão na medula em um acidente e, desde então, se locomove com cadeira de rodas. 

Ele lembra que o trabalho rompeu barreiras e ajudou na socialização dos deficientes. “Antes, nós ficávamos apenas na Udefa. Mas, graças a Deus, apareceu este trabalho, que foi muito importante para os deficientes físicos se socializarem”, fala. “De repente, cortaram. É uma tristeza”, completa. 

FALA, ASSAÍ 

Em nota, o Assaí Atacadista afirma que a conversão dos pontos contempla a reforma e a melhoria do espaço para clientes e também o mapeamento das instituições nos bairros onde cada loja está localizada. 

“Por meio desse trabalho, a Companhia identifica possíveis ações em parceria com a comunidade local, assim como avalia a inserção de entidades e outras associações nas ações sociais já realizadas”, afirma. 

A rede diz ainda que dentre suas iniciativas está a inclusão de pessoas com deficiência ao quadro de pessoal.  Ainda, segundo a empresa, todas as vagas são elegíveis a esse público, inclusive para a futura loja de Araraquara, “tão logo o processo seletivo for iniciado”. 

“Atualmente, a empresa conta com mais de 3,2 mil colaboradores com deficiência, o que reforça o compromisso do Assaí com a inclusão, o desenvolvimento e a igualdade de oportunidade para todos”, finaliza a nota.

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Milton Filho
Milton Filho
Milton Filho é repórter da editoria de cidades do portal acidade on. Formado pela Universidade de Araraquara tem passagens pela CBN Araraquara, TV Clube Band e Tribuna Impressa. Acumula há quase 10 anos experiência com internet, rádio e TV.
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