A recepção lotada revelava que seria mais uma tarde de muito trabalho na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Central, em Araraquara. Nesta segunda-feira (28), enquanto a seleção brasileira enfrentava a Suíça pela Copa do Mundo, os profissionais da saúde também estavam em campo.
Por debaixo do jaleco branco, a médica plantonista Marina Nogueira Buzalaf demonstrava a sua torcida com uma camisa com as cores da bandeira do Brasil. Foi o jeito que ela encontrou para entrar no clima mesmo sem conseguir acompanhar o confronto.
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“É uma forma de manifestar minha torcida porque não consigo assistir o jogo, ainda não consegui nem ver quanto está [o placar]”, disse a profissional. “Por mais que a gente não pare, também torce. Clima de Copa é o que o brasileiro mais gosta de torcer e de se expressar. É um movimento que a gente vê em todos os lugares”, completou.
Saúde é uma área essencial e não para, nunca. Quem está a postos permanece a postos, seja na UPA ou em qualquer outra unidade com atendimento de urgência e emergência.
A técnica de enfermagem Beatriz Maria Rosa Ferreira sabe do seu compromisso com a população. Vestida com uma camisa verde e amarela, ela conseguiu acompanhar apenas o início da partida, no refeitório, durante seu horário de almoço.
“Às vezes não dá, o fluxo tá grande, muita gente para atender lá na frente. Às vezes na hora do café, 15 minutinhos, vem, dá uma olhadinha, mas volta para atender. Não tem como ficar aqui”, disse.
Segundo o coordenador executivo de Urgência e Emergência, Fábio Henrique Marconato, a prioridade são os atendimentos, indiscutivelmente. Mas os profissionais conseguem acompanhar trechos das partidas, no refeitório, durante horário de almoço, na pausa para o café ou nos momentos de descanso.
“A nossa prioridade é atender. Mas entre um paciente ou outro, na hora que dá uma acalmadinha, vai à cozinha, toma uma água, dá uma espiadinha no jogo e volta para o setor”, explicou.
Mas, para a Beatriz, isto não é nenhum sacrifício. “A gente tenta fazer o melhor, a gente queria assistir, mas meu horário de trabalho é este, não tem como. Me sinto lisonjeada”, concluiu.