Cerca de 30 servidores da Fundação Casa de Araraquara entraram em greve, nesta quarta-feira (3), como parte do movimento que atinge todas as unidades do estado. A categoria recusou a proposta de reajuste salarial de 6% do governo Tarcísio de Freitas (Republicanos) e aprovou a paralisação em assembleia na noite de terça-feira (2).
Por ser considerado serviço essencial, o movimento não deve ganhar corpo porque uma liminar do TRT-2 (Tribunal Regional do Trabalho da 2ª Região) concedida a favor do governo do estado obriga a permanência nos postos de trabalho de 80% dos servidores que atuam na segurança e de 70% nas demais áreas, sob pena de multa de R$ 200 mil ao dia em caso de descumprimento.
“Na realidade não é isso que acontece nem no dia-a-dia porque pela falta de condição tem muito servidor adoecendo, afastado. Então, no dia-a-dia, a gente nem consegue ter este efetivo de trabalho para desenvolver as atividades pedagógicas com os adolescentes”, explicou a agente educacional, Ana Beatriz Rego.
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Nesta manhã, poucos funcionários se concentraram na porta da unidade de Araraquara. Eles fixaram três cartazes no portão com os dizeres “Governador, valorize os seus servidores”, “Greve! Nenhum direito a menos” e “Chega de agressões, assédio moral. Estamos adoecendo”.
Atualmente, a Fundação Casa de Araraquara conta com aproximadamente 120 servidores de pedagogia, agentes de apoio socioeducativo, operacional, administrativo, psicossocial e saúde. Em esquema de escala, são 30 servidores/dia.
Além do aumento real, ou seja, acima da inflação, os servidores pedem ainda melhores condições de trabalho, como segurança dentro das unidades, e o fim do assédio moral.
Outra demanda na pauta das reivindicações também está a abertura de concurso público diante de baixo efetivo. “Para que a gente consiga desenvolver de fato o trabalho socioeducativo para os adolescentes voltarem para o meio aberto com uma consciência diferente de quando entraram aqui”, disse.
Em nota, a secretaria da Justiça e Cidadania disse que realizou três reuniões com representantes dos funcionários antes de apresentar a proposta de reajuste, sendo a última delas na terça-feira (2).
Segundo a secretaria, a Fundação concedeu 18,91% de reajuste para os servidores entre 2018 e 2022, que incluiu ainda os benefícios do vale-refeição, auxílio-creche e auxílio-funeral. “O vale-alimentação, por sua vez, teve elevação 45,42% no mesmo período.”
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