Os servidores municipais de Araraquara decidiram fazer um dia de paralisação das atividades na próxima terça-feira (19) e descumprir liminar. A decisão foi tomada em assembleia, na manhã deste sábado (16), na Praça Santa Cruz.
O objetivo dos servidores é pressionar os vereadores durante sessão que pode votar o projeto de lei da prefeitura que trata do reajuste da categoria e que foi protocolado pelo Executivo na última quinta-feira (14).
A categoria disse que pretende manter apenas 30% dos servidores da saúde e segurança pública. Descartando, por exemplo, a educação e a assistência social.
LEIA TAMBÉM
Prefeitura propõe parcelar o reajuste de 5% para servidores
Decisão da Justiça impede adesão à greve em setores essenciais
Na última quarta-feira (13), a 1ª Vara da Fazenda Pública proibiu de aderir à greve os trabalhadores que atuam em setores considerados essenciais. O Sindicato dos Servidores Municipais de Araraquara (Sismar) recorreu da decisão.
“Não tem diálogo, não tem conversa. A única coisa que nós podemos fazer para reverter esta ditadura é a greve. Não tem outro meio, não tem acordo. A única coisa que vai fazer a gente ser respeitado é a greve”, disse o agente operacional, Denivaldo Marques dos Santos.
A agente social de serviços públicos, Maria Edni de Jesus, também desabafou. “Nós não estamos tendo direito ao mínimo. Nós somos o coração da prefeitura. Nós que fazemos isso aqui andar. Nós não podemos fraquejar agora, é o momento de fortalecer”.
“Nós não aceitamos isso, nós merecemos mais, nós sabemos o nosso valor. Eu peço já desculpa à população que vai sofrer à custa dos malfeitos do Edinho [Silva]”, completou a servidora.
Para a técnica de enfermagem, Priscila Claudino Luciano, o funcionalismo deveria ser a prioridade da administração. “Como que você não paga a máquina que anda, que faz o negócio girar? Então, nós somos resto? É o que sobra que você dá para o servidor? É o resto que a gente merece? Tem que pagar precatório, obra. E quem trabalha na obra? E quem está trabalhando nela? Esses não são essenciais? Paga o que é essencial primeiro e o resto tem que esperar”.
FALA, PREFEITURA
Por meio de nota, a Prefeitura justificou que “não há espaço para nenhuma proposta financeira além da apresentada” e, mesmo assim, ela só pode ser incorporada ao fluxo de caixa ao longo dos próximos meses.
FALA, PRESIDENTE
Procurado pelo acidade on, o presidente da Câmara, Aluísio Boi (MDB), disse que vai trabalhar para que haja mais uma semana de conversa para que seja construída uma proposta melhor para os servidores. “Votar na terça-feira seria muito ruim no meu pensamento. Como presidente, vou trabalhar para que a gente tenha mais uma semana de conversa, que eu acho que é o pensamento da totalidade dos vereadores”.
Segundo ele, é preciso recuar. “Se não recuar, sentar e voltar a conversar, fica difícil. Tem que incentivar o diálogo e arrumar proposta para viabilizar uma melhora no reajuste, que seria mais justo”, completou.
O QUE A PREFEITURA PROPÕE?
Reajuste de 33,45% do piso salarial do funcionalismo;
Reajuste retroativo de janeiro de 2022 de 33,24% no piso salarial do magistério da rede pública de educação básica;
Reajuste de 5% no dissídio coletivo, em duas vezes;
Aumento de 11,11% no vale-alimentação, que passará para R$ 600;
Política de promoção de classe PCCV;
Enquadramentos do PCCV com redução de 10% na carga horária;
Implementação da hora aula de 50 minutos para professores da educação infantil;
Gratificação de função na atividade de professor formador (20%);
Aumento de 10 pontos percentuais no adicional para os profissionais da educação que atuam no campo;
QUAL A PAUTA DO SINDICATO?
Reposição da inflação desde julho de 2019;
Vale-alimentação de R$ 840;
Aumento real de 14%;
Instituição de uma política de recuperação de perdas salariais – pelos anos nos quais não houve reajuste ou o reajuste foi abaixo da inflação;
Elevação do prêmio assiduidade para R$ 200 mensais para todos os servidores;
Instituição do 13º vale-alimentação