O tráfico de drogas é o crime que mais tem levado pessoas para a cadeia, em Araraquara. Até outubro, representou 23% do total de flagrantes e mandados de prisão expedidos pela Justiça.
Segundo dados da Polícia Civil, das 776 pessoas presas ao longo do ano, 138 delas foram por tráfico de drogas.
Os números seguiram a mesma incidência do ano passado. Em 2020, o tráfico de drogas também foi o crime com mais prisões, com 238 casos.
Das prisões por tráfico de drogas, 130 foram em flagrante e oito em cumprimento de mandado de prisão expedido pela Justiça.
O delegado seccional, Fernando Giaretta, diz que o consumo de drogas é muito grande na cidade e, por isso, o tráfico se dissemina pelos bairros, principalmente, por pequenos traficantes.
Além do trabalho realizado pela Polícia Militar, o delegado aponta ainda a investigação da Polícia Civil, por meio da Delegacia de Investigações Sobre Entorpecentes (DISE).
“O tráfico está enraizado, está tendo muitos pequenos traficantes e é isso que acaba dividindo muito entre os bairros da cidade. O volume de venda e o consumo de drogas é grande, não só em Araraquara, como em toda região. Há as prisões em flagrante da Polícia Militar e por meio das investigações realizadas pela polícia civil, realizadas por meio de interceptações telefônicas e outros métodos desenvolvidos pela inteligência. Na maior parte das vezes, nosso foco são os grandes traficantes”, explicou.
O major da Polícia Militar de Araraquara, Rogério dos Reis, explica que o tráfico é muito comum porque é uma prática que garante retorno financeiro imediato para o traficante.
Ele diz que existe um trabalho intenso da PM, principalmente porque o tráfico está associado a outros crimes.
“Com o tráfico, há outros quadros criminosos, como a questão do homicídio. A Polícia Militar tem um foco muito grande no tráfico de drogas e os problemas que o tráfico traz para a sociedade. Temos um estudo e fazemos um direcionamento da nossa patrulha com base nesse trabalho. Aqui em Araraquara, temos um bom entrosamento com a polícia civil, trocamos informações e realizamos operações conjuntas”.
O especialista em segurança pública, Manoel Ferreira, aponta que as prisões estão relacionadas aos problemas sociais de ordem econômica.
Segundo ele, existem casos de pessoas desempregadas, mas também de usuários de drogas que por algum motivo não conseguem manter o vício e se tornam traficantes.
“São pessoas que não tem muita experiência e elas não têm um perfil psicológico para literalmente viver bandido. Eles cometem falhas, acham que nunca serão pegos, são pegos em flagrante delito, então, muitas vezes eles acabam na cadeia”, ressalta.
OUTROS CRIMES
Na sequência aparecem as prisões por furto. De janeiro a outubro deste ano, 94 pessoas foram presas em flagrante cometendo este tipo de crime.
Em terceiro lugar aparecem os casos de lesão corporal dolosa, com 54 flagrantes, sendo que a maioria por violência doméstica.
O delegado seccional atribuiu aos flagrantes de furtos a retomada das atividades econômicas. Já sobre os casos de lesão corporal, ele aponta as denúncias das mulheres.
“Hoje em dia existe uma maior notificação, como meios de imprensa e órgãos oficiais. Existe uma propaganda maior e as pessoas estão mais cientes de seus direitos. Isso acaba acarretando em um aumento na procura pela polícia. Esses fatos já aconteciam anteriormente, mas não eram tão notificados”, finaliza.