O uso de determinados medicamentos ou uma dieta de alimentação inadequada são alguns dos comportamentos capazes de gerar uma lesão hepática, mas o que muitas pessoas não sabem é que a ingestão de ervas e suplementos também é capaz de adoecer o fígado.
Segundo a gastroenterologista de Araraquara doutora Amanda Morêto, há uma falsa noção de que essas substâncias não precisam de orientação médica e que, portanto, podem ser consumidas livremente.
“É importante entender que nem tudo que é natural, faz bem. E o consumo, cada vez mais corriqueiro e indiscriminado, dessas substâncias pode alterar as enzimas do fígado e causar lesões hepáticas, como uma hepatite, por exemplo”, explica Morêto.
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Entre as ervas que se mostram danosas ao fígado, a médica aponta itens como chá verde, carqueja, senne, cáscara sagrada e o chá de cavalinha como os principais responsáveis. “Já os anabolizantes, além de o uso ser proibido pelo CFM, todos têm potencial de dano hepático”, ressalta.
Ainda segundo Morêto, a maioria dos pacientes que faz uso dessas substâncias é assintomática, isso é, não apresenta sintomas e, as consequências do uso só são notadas através de alterações laboratoriais, inicialmente. “Porém, casos mais extremos podem ser percebidos pela pele amarelada, fadiga, dor no corpo, febre, náusea, vômito e fezes esbranquiçadas, que indicam uma hepatite aguda, que pode ser grave em muitos casos”, diz.
Diante desses fatores, a gastroenterologista alerta para a importância da orientação médica antes de ingerir quaisquer tipos de ervas e, que o uso de anabolizantes é proibido. Ressalta ainda que o tratamento, contra as consequências dessas substâncias ao fígado, na maioria das vezes, consiste unicamente na retirada desses produtos da rotina.
“Muitas vezes, a retirada da substância pode não resolver os danos hepáticos, indicando uma lesão mais crônica, que pode ser irreversível, levando, a longo prazo, à cirrose”.