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CotidianoVenezuelanos refugiados em Araraquara recebem aulas online de português

Venezuelanos refugiados em Araraquara recebem aulas online de português

Alunos voluntários da Faculdade de Letras de Araraquara oferecem aulas para famílias na pandemia; demanda online atinge 10 nacionalidades pelo Brasil

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Venezuelanos em Ribeirão Preto
Venezuelanos em Araraquara recebem aulas de português online e gratuitas (Foto: Ilustrativa) 

 

 

 

 Venezuelanos refugiados em Araraquara que chegam até o Brasil com a ajuda de missionários da Igreja de Jesus Cristo dos Últimos Dias têm a oportunidade de aprender língua portuguesa. 

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As aulas são oferecidas por alunos de doutorado, mestrado e graduação da Faculdade de Letras e Pedagogia da Universidade Estadual Paulista (Unesp) de Araraquara. 

Em entrevista ao manhã CBN desta segunda feira (20), a doutora em Linguística e língua portuguesa pela Unesp e pesquisadora de português como língua de acolhimento, Ligia Soares Sene, explicou que o projeto surgiu em 2018, e que durante a pandemia foi preciso se reinventar. 

“Todos nós tivemos que nos reinventar na pandemia e como projeto não foi diferente. Nossa última turma física tinha 100 estudantes. E na pandemia escolhemos algumas estratégias de ensino e uma delas foi abrir um canal no Youtube. E também abrimos um drive no google para colocar todos os vídeos e tarefas já que muitos não tem acesso a internet e precisam fazer o download depois”, contou. 

Segundo Sene, o projeto foi ampliado para outras 10 nacionalidades. 

“Em 2020 a gente se reinventou nesse contexto online para atender os alunos de Araraquara, no entanto uma vez online nosso projeto se ampliou de uma tal forma que não é só voltado para venezuelanas e chega a mais de 10 nacionalidades de migrantes ou solicitantes de refúgio e refugiados espalhados pelo Brasil”, explicou. 

VOLUNTARIADO
O projeto é voluntário e conta com alunos da faculdade. A professora comentou que o projeto físico tinha o apoio da Prefeitura de Araraquara com distribuição de passe para os estudantes e doações de lanches através da Igreja. Já Diretoria de Ensino disponibilizava um espaço na escola da família. 

“Já no online contamos com a faculdade com o centro de línguas que nos auxilia com uma bolsa para uma aluna da graduação. O projeto é voluntário, sem remuneração, mas estamos vinculados a esse centro de formação. Além de colaborar estamos nos formando”, apontou. 

DESAFIOS
Ela também falou sobre os desafios enfrentados no período da pandemia e que estão realizando um mapeamento em Araraquara para saber o número de refugiados na cidade. 

“Estamos tentando fazer um mapeamento para saber quantos refugiados estão vivendo em Araraquara. No painel de visualização da internet são apenas 126, é uma média mas há muito mais e é preciso que o poder público de visibilidade e auxilio a essas pessoas”, apontou.

Para ela, o maior desafio é o acesso a internet pelos refugiados.
“Nem todos tem acesso a internet e na maioria das famílias há apenas um celular, e até para tentar dar um auxílio para crianças porque dependem dos pais e aprendemos novos modos de acolher um ao outro”, expôs. 

RETORNO PRESENCIAL 
Lígia apontou que o retorno presencial está sendo discutido e poderá ocorrer em 2022. 

“Temos o desejo de retornar presencialmente e ver parcerias com Prefeitura de Araraquara para que nos ceda espaço para projeto, mas tudo é muito instável ainda. A gente vai esperar para ver se vai entrar em modo híbrido, presencial ou continuar online mas a previsão é voltar dentro das normas de segurança”, concluiu.

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