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CotidianoViolência doméstica e medidas protetivas disparam em Araraquara

Violência doméstica e medidas protetivas disparam em Araraquara

Até setembro, foram 938 registros de violência contra a mulher e 607 pedidos de medidas protetivas; dados são da DDM e foram levantados a pedido da CBN

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Violência doméstica dispara em Araraquara (Foto: Paulo H. Carvalho/Agência Brasília)

O número de ocorrências de violência contra a mulher deu um salto, em Araraquara. O aumento foi de 15% entre 2020 e 2021. Os dados são da Delegacia de Defesa da Mulher (DDM) e foram levantados a pedido da CBN. 

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Até setembro deste ano, foram 938 registros. No mesmo período do ano passado, 814. 

As solicitações de medidas protetivas também cresceram de um ano para outro. Pulou de 471 para 607 – alta de 28%.
Em recente entrevista ao portal ACidadeON Araraquara, a delegada da DDM, Meirelene de Castro Rodrigues, atribuiu este crescimento à pandemia e ao convívio mais intenso das famílias dentro de casa. 

“Mais diretamente as pessoas ficaram em casa como todo o núcleo familiar, os pais, avós e os filhos muitos acabaram perdendo o trabalho e acabaram ficando mais tempo dentro da casa e se já havia alguma situação de desentendimento, essa convivência acaba aumentando “, apontou. 

Setembro foi o mês do ano com mais casos de violência contra a mulher e também de solicitações de medidas protetivas. Foram 132 e 92 registros, respectivamente. 

A delegada destacou que o conhecimento a respeito da lei Maria da Penha é um dos impulsionadores deste aumento. 

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“A divulgação da Lei Maria da Penha que cada vez mais é conhecida, as pessoas sabem e já vem sabendo o que vai pedir, as vítimas já chegam falando que querem fazer b.o e medida protetiva”, frisou.  

REDES DE APOIO

Atualmente, o Centro de Referência da Mulher, vinculado à secretaria municipal de Direitos Humanos e Participação Popular, atende cerca de cem vítimas de violência. 

A secretária Amanda Vizoná explica que são mulheres de baixa renda, em situação de vulnerabilidade social, e que recebem diversos atendimentos, dentre eles, o psicológico. 

“São mulheres muito solitárias que muitas vezes tem nesse companheiro, marido ou namorado essa referência de afeto, por isso que é muito importante que a família e amigas estejam presentes nesse momento para dar condição dessa mulheres saírem. A mulher que busca a centro de referência da mulher e rede de apoio são mulheres que não tem essa rede de apoio e condição financeira”, apontou.
Amanda Vizoná lembra que o trabalho é realizado mesmo sem o registro da ocorrência. 

“A gente vai ajudar e conversar para buscar a melhor saída, familiares e vizinhos podem fazer isso. Se ainda não é o momento de acionar a polícia podem buscar esses outros instrumentos de apoio, não temos ligação com a polícia e só vamos procurar quando a mulher se sentir pronta para isso”, comentou. 

A delegada da DDM destaca que o agressor costuma fazer mais de uma vítima ao longo da vida. Por isso, ela também defende um trabalho de acompanhamento psicológico dele. 

“Ele muda de relacionamento mas não muda de conduta, ele vai continuar tratando daquela maneira agressiva e violenta outros relacionamentos que tiver. Então, ele é o problema e não adianta só tomar medidas em relação a vítima”, reforçou. 

Em caso de descumprimento das medidas protetivas, o agressor pode ser preso em flagrante ou ter a prisão preventiva decretada pela Justiça. Mas é preciso ter provas. 

A secretária municipal de Direitos Humanos e Participação Popular afirma que há uma atuação em rede para preparar esta mulher a deixar a dependência financeira e romper com o ciclo de violência. 

“O aluguel social ajuda essa mulher pagar o aluguel, e 90% são mulheres e grande parte vítimas de violência, também temos alguns programas de reinserção no mercado de trabalho, como cursos pelo no Kaparaó, indicamos essas mulheres para a rede para que possam se restabelecer economicamente. Atuamos em rede para fortalecermos essas portas de saída da violência e o fortalecimento psicológico porque a dependência emocional é muito forte”, frisou. 

Neste ano, Araraquara registrou dois feminicídios, em março e maio. No ano passado, não houve registros para o mesmo período. 

PROCURE AJUDA
Delegacia da Mulher
Alameda Rogério Pinto Ferraz 910, Jardim Primavera (16) 3336-4458
Disque-denúncia180
Delegacia Eletrônica
www.delegaciaeletronica.policiacivil.sp.gov.br/ssp-de-cidadao/home

Centro de Referência da Mulher
Av.Espanha,532 Centro
(16)997620697

 

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