Assim como o vírus da herpes, o Papilomavírus humano (HPV) não sai do organismo após a contaminação, permanecendo no corpo mesmo que não haja manifestações. Segundo o urologista Dr. Rodrigo Quarteiro da Urologia Quarteiro, toda a população deve ser vacinada a partir dos nove anos de idade, pois existem diversas variações de HPV, algumas responsáveis pelo desenvolvimento de câncer de pênis e colo do útero.
“No Brasil e no mundo circulam mais de trezentos tipos de vírus HPV do condiloma, popularmente conhecido como crista de galo. Com a principal forma de contágio sendo a relação sexual, a falta de vacinação intensa é algo muito preocupante, pois alguns tipos podem levar a amputação do pênis, enquanto nas mulheres podem permanecer ocultos até que haja manifestações do câncer”, explica o urologista.
Outro fator importante ressaltado pelo especialista é de que os preservativos não protegem totalmente contra a contaminação pelo vírus. “Durante as chamadas preliminares, as pessoas acabam não usando o preservativo e deixando que os órgãos fiquem expostos. Apenas nesse ato, já é possível se infectar com a doença”.
“Também vale destacar que hoje em dia tanto os homens quanto as mulheres têm o hábito de se depilar, geralmente com gilete, o que machuca o púbis ou base do pênis, deixando essa área exposta. Logo, a camisinha protege apenas onde ela abrange, e tanto o HPV, quanto o HIV podem entrar por essa área” alerta.
Como a população mais jovem pode ter uma vida sexual ativa com vários parceiros, Quarteiro orienta que a única forma de combate à disseminação da doença é a vacinação, pois futuramente irá proteger indivíduos em relações com ou sem preservativo, evitando que se pegue o vírus e o transmita para uma infinidade de outras pessoas.
“Então, contanto que consigamos vacinar todo mundo, ou ao menos uma parte considerável da população, é possível interromper a disseminação do HPV e melhorar o índice de câncer, tanto de pênis como do colo do útero, salvando um número incontável de vidas”, reforça Quarteiro.