Na última semana foi publicado o decreto que confirmou o retorno das aulas em Araraquara, a partir de fevereiro.
O decreto ainda definiu as medidas que deverão ser tomadas para dar mais segurança sanitária para crianças e profissionais.
Mesmo que os pais ou os responsáveis concordem com a retomada, o medo da exposição das crianças ainda é evidente.
Para a psicóloga, especialista em equilíbrio emocional e relacionamentos, Naiara Mariotto, esse retorno das atividades escolares vai ser cheio de desafios.
Isso porque os pais vão ter que enfrentar o receio com a transmissão do coronavírus, além de ter que lidar com a volta da rotina das crianças.
“A gente não sabe o dia de amanhã, não sabe o que está acontecendo. E mal ou bem, ao colocarem seus filhos na escola de forma física é algo que traz muito medo e insegurança aos pais”, diz.
Naiara Mariotto explica que as escolas vão ter trabalho dobrado nesse retorno das atividades. Recapitular os estudos, e trabalhar a emoção das crianças e dos pais é fundamental.
“Além da função do ensinar e correr atrás de todo esse um ano perdido, porque a verdade é essa, as crianças não aprenderam praticamente nada, porque a aula online não é a mesma coisa que a presencial. Vão ter que recapitular muita coisa e além de tudo trabalhar a emoção desses pais e das crianças. Agora é muito importante o contato entre escola, aluno e esses familiares para fazer com que as crianças consigam continuar essa fase de desenvolvimento cognitivo dela”, diz.
A especialista ainda alerta que durante o isolamento social, muitas crianças ficaram sem o contato necessário com amigos e professores, deixando as crianças mais deprimidas e com pouco rendimento escolar.
Fora a questão da rotina, muito necessária para o desenvolvimento emocional da criança e segurança.
“A rotina traz pra gente uma segurança muito grande e também para a criança que está começando agora a vidinha dela e está aprendendo sobre as coisas. Ela precisa muito dessa segurança e de repente quando isso é interrompido ela fica perdida. Então essa questão de ansiedade e depressão nas crianças aumentou nesse período de pandemia, porque assim como os adultos as crianças tem bem estar em contato com os amiguinhos, até porque pra eles o centro do mundo é relacionado ao brincar e quando isso é tirado delas, traz realmente muita saudade”, explica.
E já que o retorno é necessário, Mariotto lembra alguns aspectos importantes que os pais devem levar em conta, como tirar todas as dúvidas com a escola, direção e professores.
Outro ponto que ela destaca é em relação ao medo que todos sentimos no momento, o que é normal. Porém, o que muitos pais podem fazer é tentar focar no que podem controlar para enfrentar o novo momento sem surtar.
“Em primeiro lugar tem que entender que não tem como eliminar esse medo no momento. O que podemos fazer agora é focar naquilo que conseguimos controlar, eu vejo essa preocupação dos pais com algo positivo por um outro lado porque faz com que a escola se cobre mais para se adequar aos novos padrões. Isso automaticamente deixa a gente mais seguro, ver como a escola vai funcionar, tirar todas dúvidas com a diretoria, professores, porque o que vai precisar agora é trabalhar esse medo. Se apegue naquilo que você pode controlar, porque senão vai surtar e não vai resolver o problema”, conclui.