O retorno das crianças e jovens às aulas nas escolas públicas e privadas nesta semana e no começo de fevereiro tem gerado expectativa nos pais.
Algumas escolas da rede particular retornaram nesta segunda-feira (24), e gradativamente as escolas municipais e estaduais voltam até o dia 7 de fevereiro.
Mas esse retorno também gera preocupações, além das expectativas de um ano letivo sem tanta interrupção devido à pandemia da covid-19.
Em plena onda de contágio da nova variante Ômicron, que apesar de ser mais leve nos sintomas, é mais infecciosa, a vacinação infantil traz alento e alívio para mães e pais.
Araraquara iniciou nesta terça a vacinação de crianças acima de 5 anos sem comorbidades.
A funcionária pública Camila Helena Américo Francisco, 37 anos, é mãe do pequeno Fernando Américo Francisco, 7 anos. Ele começou a aulas do 1º ano em uma rede particular de ensino de Araraquara na segunda (24), e acabou de ser vacinado contra a covid nesta manhã de terça-feira (25).
“Eu estava em choque de enviar pra escola e fiquei desesperada, chorei muito mesmo, porque a Ômicron é muito mais transmissível e não sei se só os cuidados vão segurar a transmissão na escola. Mas eu enviei ontem pra escola e hoje já levei para tomar a vacina. Foi um dia de muita comemoração, com certeza, porque tem mais chances dele ficar seguro”, apontou.
Camila contou que no ano passado o filho chegou a frequentar a escola no esquema híbrido, revezando com outros alunos e de forma remota em casa. Pai, avô e mãe ficaram em cima para que ele fosse alfabetizado, e tudo deu certo.
“O primeiro ano ele fez totalmente remoto em escola particular e ele se deu muito bem. Nós tivemos que nos dedicar muito também para que sempre ele tivesse o pai, eu ou o avô em cima, e ele foi alfabetizado assim, deu certo”, contou.
Outro ponto levantado pela mãe é o uso constante de máscaras PFF2 para proteger melhor neste momento de retorno presencial.
“Hoje ele é acostumado e faz até exercício físico com a PFF2, usa adequadamente. E o álcool em gel na mão sempre, isso me deixa mais tranquila”, avaliou.
RENDIMENTO
Para a vendedora Eliana Pereira de Angelo, 41 anos, a volta às aulas gera muita expectativa sobre a qualidade e rendimento do ensino na rede pública estadual. As aulas retornam no dia 2 de fevereiro.
Com filhos adolescentes, no 1º ano do ensino médio e no 8º ano do ensino fundamental, ela disse que em 2021 eles não conseguiram acompanhar de forma online e passaram de ano sem uma base sólida.
“Estou bastante apreensiva, porque o Luís Miguel terminou o ensino fundamental e foi para o ensino médio sem nenhuma base, agora que vamos ver a dificuldade. Eles foram para aula ano passado e a reclamação é a mesma dos dois, de matérias repetitivas. A minha expectativa é que esse ano eles consigam ter um conteúdo maior de aulas e aprendizado para o futuro deles”, avaliou.
Tanto Miguel, de 15 anos, quanto Emanuela, de 12 anos, tomaram a primeira dose da vacina contra a covid e em breve tomarão a 2º dose.
“Eles estão para tomar a segunda dose agora em janeiro e fico mais tranquila. A nova variante preocupa, mas se perdeu muito tempo de escola. Eles tomam todos os cuidados e têm consciência da higienização e uso constante de máscaras”, frisou.
VACINAÇÃO, ESTUDO E VIDA SOCIAL
A assistente de operação de campo Kedman Leslie, 37 anos, é mãe da Sara Felícia, de 8 anos, e do Arthur Francisco, de 6 anos. Ambos estudam na rede municipal da cidade e se preparam para voltar à escola.
Kedman contou que eles voltaram a frequentar a escola no ano passado, e que notou muita diferença no comportamento com e sem escola.
“Eu estou mais ansiosa do que eles com a volta às aulas. Por mais que a nova variante seja muito transmissível e eu tenha preocupação, é importante que retomem a rotina de escola e de estudo. Para mim é de extrema importância eles terem vida social, porque o comportamento mudou muito na pandemia sem a escola”, contou.
A mãe reforçou que, no ano passado, a escola fez testes mensais de covid nas crianças e que o controle era bem rigoroso.
“Ano passado fiquei feliz pela questão dos cuidados da escola, distanciamento, álcool, máscara. Vi que foi bem rigoroso nesse sentido e não duvido que será assim nesse ano. Na escola da Sarah eles faziam teste mensal nas crianças, e eles se acostumaram a usar máscara numa boa para todas as atividades”, apontou.
Nesta tarde de terça-feira (25), eles iriam tomar a vacina contra a covid-19. A autônoma é totalmente a favor da vacinação.
“Sou super a favor da vacina. Se na hora que nasce já toma vacina, porque não vou vacinar contra a covid?, questionou.
A funcionária pública Camila reforçou que confia na ciência e na vacinação das crianças, para que os estudos fluam sem interrupção neste ano.
“Eu confio muito na vacina, o risco é muito maior com ele não tomando, pois eu e meu marido trabalhamos fora e podemos trazer o vírus para casa. Eu não acredito nos boatos e riscos que espalham sobre a vacinação. Ele corre mais risco sem tomar”, finalizou.
RETORNO DAS AULAS EM ARARAQUARA
Segundo a Secretaria Municipal de Educação, o retorno do atendimento às crianças matriculadas em período integral da Educação Infantil em Araraquara está previsto para esta quarta-feira (26), enquanto o início para o restante dos alunos dessa modalidade está previsto para o dia 7 de fevereiro.
Com relação ao Ensino Fundamental, o início do ano letivo ocorre no dia 2 de fevereiro e o primeiro semestre da Educação de Jovens e Adultos no dia 28 de janeiro.
A Secretaria enfatizou que vem trabalhando desde o ano passado para garantir um retorno seguro em todas as unidades municipais de ensino.
“Estão mantidos todos os cuidados anteriores no ambiente escolar: uso obrigatório de máscaras, aferição de temperatura, uso de álcool 70% para higienização constante das mãos, cuidado e atenção com a limpeza e higienização do ambiente escolar, testagem de profissionais, funcionários e estudantes”, apontou a pasta.
A pasta ainda reforçou que “é preciso garantir o desenvolvimento e as aprendizagens de todos e cada um dos estudantes da rede municipal, com foco e atenção na necessidade de implementação de estratégias para reforço e recuperação das aprendizagens interrompidas por conta da pandemia”.