Em março de 2020, o músico Zé Azevedo, de 30 anos, e o DJ Rafael Souza, 32, viram a agenda de shows ser cancelada devido à pandemia do coronavírus. Em meio à incertezas e sem poder trabalhar, os amigos usaram o dinheiro do auxílio emergencial para começar a vender lanches em Araraquara, uma maneira de se manter durante a quarentena. Hoje, pouco mais de um ano depois, os dois são os proprietários de uma hamburgueria, que não para de crescer e deve virar uma rede de franquias.
O investimento para abrir a hamburgueria foi R$ 1.200. “Eu e meu sócio ficamos um mês parados, na época a gente achava que a pandemia ia durar bem menos e juntamos os R$ 600 do auxílio emergencial de cada um para começar a fazer hambúrguer. A ideia era gerar uma renda por um ou dois meses, achando que em breve tudo já iria voltar ao normal”, conta Zé.
Os amigos já estavam acostumados a cozinhar em casa, pesquisaram bastante e elaboraram uma ideia. “A gente queria fazer mais com menos, três dias depois já colocamos nossas ideias em prática. No primeiro final de semana, vendemos só para os amigos para pegar o feedback e ver o que eles acharam. A partir de então, tem sido tudo uma loucura, a cada semana a gente vai crescendo mais”, diz.
Na época, os lanches eram feitos em um fogão de quatro bocas, sem muita estrutura mas com muita vontade de fazer dar certo. “A gente tinha intenção de vender 30 lanches por noite e já chegamos a vender 1.500 em uma semana. A gente não imaginava, muita coisa bacana foi acontecendo com a gente”, recorda. Hoje, a equipe conta com sete funcionários.
A hamburgueria funciona somente com delivery, segmento que cresceu muito com a pandemia. “O delivery cresceu em um ano o que iria crescer em dez anos ou mais. Com certeza isso ajudou a gente a crescer rápido. Nossa ideia é continuar com as entregas, mas temos planos de abrir franquia e um dos módulos inclui o salão para consumo no local”, explica.
DIFERENCIAL NO MARKETING
Outro fator que ajudou a hamburgueria crescer tão rápido foi o marketing diferenciado. Tudo começa pelo nome: Ted e Tod são os cachorrinhos do Zé. Já o atendente que recebe os pedidos pelo Whatsapp é o Chicão, o cachorro da namorada do Rafael. Sim, um cachorro, que agradece com “au au” e bom humor.
Para Zé, o marketing é tão importante quanto o produto. “Criamos uma persona para o atendimento. Todo mundo que atende os clientes pelo Whatsapp usa aquele jeito de falar e os trejeitos do Chicão atendente. A galera aderiu demais à brincadeira”, explica.
O crescimento da marca surpreende os amigos, que não esperavam esse crescimento tão rápido. Na Black Friday do ano passado, por exemplo, a equipe se preparou para vender bastante: 300 lanches na noite. “Abrimos às 19h, vendemos os 300 lanches em meia hora e tivemos que fechar às 19h30 porque não conseguíamos aceitar mais pedidos. Foi um fluxo fora do comum, mas vamos aprendendo com o mercado”, finaliza.
