Ainda em recuperação, o setor de bares e restaurantes de Araraquara mantém baixa expectativa em relação à possibilidade de aumento nas vendas no Dia das Mães.
Ao menos essa é a avaliação do presidente interino do Sindicato de Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares (Sinhores) de Araraquara, Willian Jorge Molina Gil.
Segundo o representante da categoria, com possibilidade de atender com restrição de pessoas, muitos empresários não possuem condições de investir para a data.
“Ninguém está se preparando, pois, nem todas as casas conseguem abrir para atender 25%. É muito difícil, então a maior parte vai apostar no delivery por não ter condições de abrir”, diz.
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Molina Gil também ressalta que o setor tem sido penalizado pelas restrições impostas pelo Governo de São Paulo e Prefeitura de Araraquara para atendimento presencial.
“Mercados e indústrias abrem normalmente, apenas churrascarias, restaurantes e pizzarias não podem trabalhar. Temos pandemia, mas nesses locais não têm”, desabafa.
O empresário afirma ainda que o setor está pedindo socorro, pois as principais datas do calendário estão sendo perdidas devido às restrições de funcionamento.
“O único dia que os empresários da alimentação têm um ganho extra para acertar detalhes na empresa, mas infelizmente, mais um ano morto”, relata.
“Dois anos atrás estávamos indo em Holambra buscar vasos de flores e este ano ninguém foi. Juntávamos os amigos, as casas e dessa vez está todo mundo no vermelho”, completa.
Nesta sexta-feira (7), em coletiva de imprensa, o Governo de São Paulo, ampliou o período de atendimento do setor, para até 21 horas, e a capacidade mudou de 25 para 30%.
A nova flexibilização, na avaliação de Molina Gil, é insuficiente para um setor tão afetado pela crise econômica em decorrência da pandemia da covid-19.
“Churrascaria não é uma loja, com mercadorias e estoque pronto, o sapato ou a roupa, que está tudo na prateleira e você mostra ao cliente. Temos que ter a mercadoria e eles têm vencimento. Ninguém tem condições de trabalhar com estoque”, afirma.
“Resumindo essa classe foi a mais afetada, como casa de eventos e buffets. É onde pensam que está a doença. O mercado, terminal rodoviário, ônibus públicos e o Centro podem ficar lotados. Onde está a doença? No restaurante?”, questiona.
O representante do Sinhores alerta ainda para a queda no poder aquisitivo do araraquarense. Em sua avaliação, os impactos podem ser sentidos pelos empresários da alimentação.
“O poder aquisitivo do povo está caindo. A pessoa que pedia duas pizzas por semana está pedindo uma, a cada quinze dias. As coisas mudaram o desemprego e a renda familiar, está tudo caindo”, finaliza.