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EconomiaCesta básica araraquarense ultrapassa R$ 900 reais

Cesta básica araraquarense ultrapassa R$ 900 reais

Pesquisa do Núcleo de Economia do Sincomercio aponta que, pela primeira vez, o custo médio dos produtos analisados superou a marca de R$ 900

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Cesta básica equivale a 74,5% do salário mínimo em Araraquara (Foto: Centro Universitário UniFavip|Wyden/Divulgação)

 

 

 

 

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 A cesta básica do araraquarense ultrapassa R$ 900 e atinge 74,5% do salário mínimo. Segundo pesquisa mensal do Núcleo de Economia do Sincomercio Araraquara o valor médio da cesta básica em Araraquara apresentou aumento de 4,02% em março.  

O custo da cesta, que em fevereiro deste ano era de R$ 867,56, passou para R$ 902,46 um encarecimento de R$ 34,90.

Armando Araújo, 73 anos, recebe um salário mínimo e diz que está complicado sobreviver com a alta dos alimentos.
“Eles querem matar a gente de fome, só pode ser. Está difícil sobreviver, o salário não tem reajuste e os preços só sobem”, desabafa. 

Maria do Carmo é faxineira e tem deixado de comprar muita coisa e improvisado na hora de passar o café. 

“Estamos economizando para fazer o café, faço fraquinho para durar mais. Carne não tem mais condições. E não é só o alimento, tem também remédios e outras contas”, apontou. 

 

Maria do Carmo e Armando tem economizado na hora de passar o café (Foto: Amanda Rocha)
Maria do Carmo e Armando tem economizado na hora de passar o café (Foto: Amanda Rocha)

 

 ALIMENTAÇÃO CARA

Analisando os grupos de produtos, em março, a alimentação apresentou alta de 3,87% em relação a fevereiro, o de higiene pessoal subiu 2,23% e o de limpeza doméstica registrou a maior elevação percentual no período, de 8,72%. 

Os produtos que mais subiram de preço no mês foram: ovos brancos (14,2%), alho (13,1%), farinha de mandioca torrada (12,8%), óleo de soja (11,8%) e cebola (11,3%). E as únicas quedas foram encontradas na salsicha avulsa (-2,2%) e no creme dental (-1,1%).

O ovo branco registrou o maior aumento mensal. Esse resultado está ligado, segundo o CEPEA, aos elevados custos de produção pelos avicultores especialmente, milho e farelo de soja, além da baixa oferta e demanda aquecida.  

O mercado interno firme está ligado ao período da quaresma, quando historicamente se consome mais ovos.Já o aumento que mais impacta o bolso do consumidor é o do óleo de soja, que elevou o custo da cesta analisada em R$ 5,06. 

Por outro lado, a redução no preço do creme dental provocou uma redução de apenas R$ 0,16 no custo médio da cesta. O aumento de preço do óleo de soja está relacionado à apreciação das cotações do grão, que, de acordo com a CONAB, é causada pela quebra de safra observada em toda a América do Sul, a guerra entre Rússia e Ucrânia e os prêmios de porto no Brasil. 

Icaro Zancheta, pesquisador do Núcleo de Economia do Sincomercio Araraquara, destaca que os resultados encontrados em março superam os anteriores. 

“Essa alta é expressiva. Em termos percentuais, é a maior desde dezembro de 2020, quando a cesta subiu 4,23%. Já em reais, o acréscimo de R$ 34,90 desse mês é o terceiro maior de toda a série histórica, ficando atrás apenas de setembro de 2020 e dezembro de 2019, que apresentaram altas de R$ 39,22 e R$ 36,92, respectivamente.” 

Icaro ressalta ainda que, pela primeira vez, o custo médio da cesta analisada pela pesquisa superou a marca de R$ 900. “Além disso, o estudo do espalhamento da inflação entre os produtos apontou que 30 dos 32 itens coletados pela pesquisa apresentaram elevação, uma taxa de 93,75%.”

INFLAÇÃO 
A inflação acumulada em 12 meses para o custo total da cesta foi de 17,21%. Os produtos que mais subiram de preço entre abril de 2021 e março deste ano foram: café torrado moído (90,95%), batata inglesa (60,59%), açúcar refinado (43,74%) e óleo de soja (34,05%). O único produto que obteve queda no mesmo período foi o arroz branco (-13,3%). 

A psicóloga Marli Mucio frisa que não tem como deixar de consumir os alimentos essenciais. 
“O essencial não dá para trocar, não dá para trocar a qualidade de um café e do arroz, mas está um absurdo o valor. Temos que reduzir tudo, diminuir quantidades e até deixar de fazer festas e reuniões”, comenta.  

O café segue liderando os aumentos de preços nos últimos 12 meses. Segundo a CONAB, isso se deve à restrição da oferta de café no mercado interno, que mantem os preços pressionados. Com a continuidade das cotações internacionais elevadas, os cafeicultores têm preferência pela comercialização do produto no mercado externo. 

Marli comentou que o mais tem pesado é o preço do café e da carne. “Eu sinto demais o preço do café e da carne. Não compro mais o supérfluo e cortei idas a restaurante”, apontou. 

QUEDAS
Já entre as quedas, o destaque segue sendo o arroz que, apesar de altas consecutivas nos últimos dois meses, passa hoje por um processo de excedente de oferta, causado pelo menor volume comercializado tanto no Brasil, como no mercado externo.  

Com isso, os preços vêm se mantendo abaixo do auge da pandemia, quando foi um dos itens mais inflacionados. 

CESTA BÁSICA X SALÁRIO MÍNIMO
Em Araraquara, atualmente, o custo médio da cesta básica representa 74,5% do salário mínimo. O valor é 2,9 pontos percentuais acima do registrado no mês anterior, de 71,6%, e 4,5 pontos percentuais acima do apontado no mesmo mês do ano passado, isto é, em março de 2021, quando o valor da cesta básica representava 70,0% do salário mínimo vigente à época. 

Em março de 2020, período inicial da pandemia, a cesta básica representava 60,4% do salário mínimo do araraquarense. 

Para adquirir os produtos analisados, o tempo médio necessário para um trabalhador que recebe o piso nacional vigente de R$ 1.212,00 por 220 horas mensais trabalhadas, ficou em 163 horas e 49 minutos, aproximadamente. Essa jornada é superior ao mês anterior, fevereiro, quando eram necessárias 157 horas e 29 minutos de trabalho para consumir a mesma quantidade de itens.

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