O comércio de motos novas e seminovas está movimentado em Araraquara e reflete a boa situação do setor em nível nacional.
Dados da Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas, Ciclomotores, Motonetas, Bicicletas e Similares indicam que quantidade de motocicletas novas vendidas no país no mês de abril totalizou quase 95 mil unidades, resultado 52% maior do que o registrado em março, e 235% superior ao comercializado em abril do ano passado, quando o setor foi fortemente afetado pela pandemia da covid-19.
Nas concessionárias de Araraquara, o crescimento das vendas chegou, em média, a 40%. Depois de patinar com a interrupção das atividades nas fábricas, em razão da pandemia, o setor retoma aos poucos os negócios e corre para atender a demanda represada.
Para Silvio Inácio da Silva, gerente da Sperta Moto Araraquara, há uma espera de cerca de 90 dias para modelos mais específicos. A alta do preço do combustível e o aumento da informalidade no cenário da pandemia são os fatores que contribuíram para a crescente demanda.
“Eles retomaram agora, graças a Deus, muito otimistas com essa retomada da fábrica, embora tenhamos ainda uma fila de espera em alguns modelos específicos, principalmente, em algumas cores, que infelizmente não temos o produto de imediato, mas com essa retomada da fábrica, estamos muito otimistas”, afirma.
“Dentro desse cenário teve sim um aumento nas vendas, muitas pessoas procuram a gente para comprar motocicleta e eles querem para trabalho, ou devido ao combustível alto e paga gasolina cara, mas temos outros modelos de moto que temos condições de dar uma respirada e entregar ao cliente, que são os casos do modelo XRE 190, CG 160 Start, que é o modelo mais procurado, agora se o cliente quer uma Biz branca, essa nacionalmente tem uma fila de espera grande e pode demorar até 90 dias”, completa.
Se as vendas de motos zero aumentaram, o comércio das usadas também comemora. Há 20 anos no mercado, o empresário Guilherme Lima Chierici, da Delon Motos, encontra dificuldade em comprar motos para revender, tamanha é a procura. Diante do cenário de paralisação das fábricas ele viu o negócio crescer cerca de 20% nos últimos meses.
As motos de baixa cilindradas, mais populares, são as mais procuradas. A maioria é comprada para ser utilizada para trabalhar, como em sistema de entrega em vendas por aplicativo.
“Devido a pandemia houve um crescimento grande em relação as motos de baixa cilindrada porque o pessoal perdeu o emprego e partiu para entrega. Realmente, teve um crescimento bem alto nessa faixa de motos menores e a grande dificuldade está sendo compra. Vendo bastante e não consigo repor o estoque. Tudo isso devido a muita coisa, com a pandemia as fábricas fecharam, estão fabricando poucas motos zero, não conseguem entregar, então acredito que seja por isso que aumentou tanto a procura por usadas também”, afirma.
Segundo a Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas, Ciclomotores, Motonetas, Bicicletas e Similares, no acumulado de janeiro a abril, as vendas de motos novas totalizaram mais de 300 mil, 9% a mais em relação ao mesmo período de 2020.