Além da inflação e da alta no preço dos combustíveis quem quiser presentear a pessoa amada no Dia dos Namorados deste ano vai pagar mais caro por conta dos impostos. Neste ano, os românticos estão pensando em alternativas mais baratas.
O levantamento da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), aponta que o valor pago pelos consumidores nos presentes mais comprados para o data, até 80% corresponde a impostos.
Os dados têm como base o impostômetro, painel instalado no centro histórico da capital paulista e que também pode ser acessado pela internet.
O painel mede em tempo real os impostos, taxas e contribuições pagos à união, estados e municípios.
PRESENTE MAIS CARO
Quem quiser dar um presente importado para o namorado ou namorada vai gastar mais esse ano. Os perfumes, por exemplo, concentram uma grande tributação: quase 79% isso significa que se o produto é vendido a R$ 400, aproximadamente R$ 316 deste montante corresponde a impostos. O economista Marcel Solimeo, da ACSP, explicou a situação.
“Pelo fato de ser importado tem uma tributação adicional, e o perfume importado é o que mais paga imposto, também por ser considerado supérfluo e importado. Mas a gente paga muito imposto em roupas e calçados também”, apontou.
A lista de produtos que, normalmente, é mais demandada na data revela ainda que bebidas, como champanhe, vinho importado e nacional, são altamente taxados com 59,49%, 69,73% e 54,73%, respectivamente.
De olho nos preços, mas sem deixar de demonstrar carinho a quem se ama, a estudante Letícia Sbgen, que mora em Araraquara, disse que vai optar por fazer algo que envolva mais presença e menos produtos materiais.
Ela namora há cinco meses e quer que a primeira data seja especial. “Sou mais de sair e comer alguma coisa, algo que vai marcar mais. Às vezes você quer presentear a pessoa e não consegue devido ao valor, isso é complicado porque não dá para ficar endividada depois”, comentou.
A Gabriele Fernandes, que também é estudante, acredita mais na força do simbolismo da data do que na troca de presentes caros. Para ela vale mais a pena apostar no encontro.
“Prefiro seguir alguma tendência de dar algo personalizado, como uma foto ou algo mais simples e simbólico. Iremos fazer alguma atividade especial no dia, ir em um restaurante diferente que nunca fomos. Prefiro mais esse lado no Dia dos Namorados”, contou.
Porém, para quem ainda mesmo com a alta nos preços pretende comprar algum mimo para o amado ou amada, o economista Marcel Solimeo orienta a pesquisar bastante e comprar com antecedência.
“O Dia dos Namorados é como o dia das mães: é preciso pesquisar bem. Não é só o problema do imposto, devido a inflação muitos produtos tiveram alta de preços. Não deixe para comprar na última hora e pesquise muito”, frisou.