Com um número crescente de casos de dengue em Araraquara disparou a busca por repelentes e inseticidas. A estimativa é de que as vendas cresceram três vezes mais.
Pelas ruas da cidade, a preocupação é o aumento expressivo nas notificações da doença e com a eliminação dos criadouros. Quem não contraiu dengue, conhece alguém que já.
“Em casa não há água parada de forma nenhuma. Nos vasos coloco areia embaixo”, relatou o aposentado Vicente Compri.
“Minha filha teve e os netos também, muitos ficam voltados para a covid, não é menos preocupante, mas a dengue está aí”, destacou a cuidadora de idosos Vilza Lopes da Silva.
Além de manter as casas limpas, sem acúmulo de água para proliferação do mosquito Aedes aegypti, as pessoas tentam se proteger para evitar a transmissão da doença.
“Estou usando repelente, calças cumpridas, porque o mosquito tem uma predileção pelas pernas”, explicou o dentista João Ricardo Scarafiz.
Números da Vigilância Epidemiológica mostram que a cidade registrou 6.119 casos, sendo 150 em janeiro, 706 em fevereiro, 3.367 em março, 1.890 em abril e seis em maio.
Também foram registrados em 2022 dez mortes em decorrência da doença no município.
CRESCEU
A venda de repelentes acompanhou esses números. Em um supermercado, há opções do produto para todas as idades e o gerente percebeu que de março para cá vendeu mais.
Segundo o gerente, Dante Verdolini Neto, tanto o produto na versão aerossol ou loção, teve aumento na procura e as vendas no estabelecimento praticamente dobraram.
Os preços variam conforme a marca e também pela quantidade disponibilizadas nos frascos. No mercado verificado pela reportagem o item variava de R$ 12,69 até R$ 29,98.
Existem ainda outras opções para ficar longe do mosquito da dengue como, por exemplo, os inseticidas elétricos, que podem ser colocados próximos de portas para evitar a entrada.
Mas, tem também os aerossóis para matar o mosquito e esses também tiveram crescimento expressivo nas vendas, segundo o gerente de supermercado.
“O preço manteve, porém, a venda foi absurda, explodiu. Antes de março era vendido 40 a 50 unidades no mês, a partir do mês de março foram vendidas mais de 300 unidades”, relatou.
Em uma farmácia da cidade, o gerente percebeu que está saindo mais repelente. Segundo ele, compra quem nunca teve a doença, mas também quem teve e quer evitar reinfecção.
“Muitos clientes estão com dengue e outros estão tentando se proteger. Falo que é uma proteção a mais, que precisamos ter”, destacou o gerente Evandro Lucas Yashuda.
Com tanta procura, o desafio é manter as prateleiras sempre abastecidas de produtos. “A dificuldade hoje está em repor esse produto por a procura ser grande”, finalizou.