Mesmo que o presente seja mais barato neste ano, comerciantes esperam que o Dia das Mães seja a primeira data comemorativa desde o início da pandemia em que as vendas sejam similares às de antes do coronavírus chegar ao Brasil.
Levantamento feito pela CNDL (Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas) e pelo SPC (Brasil Serviço de Proteção ao Crédito) mostra que 77% dos consumidores pretendem ir às compras neste ano, dado bem acima dos 68% observados no ano passado e próximo dos 78% registrados em 2019.
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Embora mais brasileiros pretendam comprar presentes, o valor despendido deve ser menor neste ano. A entidade projeta um gasto médio de R$ 197,46, frente a R$ 199,75 (valor corrigido pela inflação) registrado no ano passado.
Segundo o levantamento, cerca de um terço dos consumidores (34%) teme gastar mais diante do atual cenário da pandemia e de crise econômica.
Entre os que pretendem desembolsar valores menores, 40% justificam que o cenário econômico está pior que no último ano, enquanto 37% disseram que estão com o orçamento apertado. Outros 28% mencionaram as incertezas quanto à economia e finanças pessoais e 24% dizem querer economizar.
Ainda assim, a projeção é que a data -a segunda mais importante em vendas, atrás apenas do Natal movimente R$ 24,3 bilhões neste ano, um aumento de 19,7% em relação ao ano passado, quando foi atingido em cheio pela eclosão da pandemia no país.
“Não conseguimos retomar com a Páscoa, mas o Dia das Mães pode ser o primeiro feriado a voltar ao que era em 2019”, afirma Daniel Sakamoto, gerente executivo da CNDL.
Nabil Sahyoun, presidente da Alshop (Associação Brasileira de Lojistas de Shopping), também está otimista com os resultados para o comércio na data. “As pessoas estão angustiadas e têm dinheiro, principalmente a classe média”, afirma. “Não será nada excepcional, mas será melhor que o ano passado”.
CAUTELA NA EMPOLGAÇÃO
Luiz Rabi, economista da Serasa Experian, porém, recomenda cautela e menos empolgação. “A tendência é de um crescimento fraco, isso vai representar só uma ‘corcova’ nos resultados do varejo”, afirma. Para ele, a inflação, o auxílio emergencial com valor 15% menor em relação ao benefício no ano passado, o desemprego, e juros altos vão pesar na hora do consumidor ir às compras.
Para aproveitar a data, o setor tem apostado em promoções e parcelamentos. “O consumidor vai olhar mais o preço, o parcelamento também é uma forma de facilitar e impulsionar vendas”, diz Mauricio Stainoff, presidente da CDL-SP (Câmara de Dirigentes Logistas de São Paulo).