Este ano, a vendedora Kátia Rodrigues de Freitas vai dividir o presente com a irmã. As duas pensam em presentear a mãe, Dona Sônia, com uma bolsa ou calçado. E o presente vai ser pago a vista para não assumir nenhuma dívida.
“Como minha mãe faz aniversário agora, vamos dar um presente só, com um valor até R$150”, diz Kátia.
Este dia das Mães será caracterizado pela cautela do consumidor. É o que aponta pesquisa do Sincomércio, que mostra que 70% dos entrevistados vão gastar menos do que no ano passado.
A Suze de Paula Faria é gerente de uma loja especializada em moda feminina, que fica no Centro de Araraquara. Ela já percebeu esta mudança. “Estão comprando, mas conscientemente, nada no impulso, comprado o que precisa pra data não passar em branco”.
A maioria das mães será presenteada, segundo o Sincomércio quase 90% dos entrevistados disseram que a data não vai passar em branco. O estudo revela ainda que o consumidor pretende gastar, em média, R$152,68 com o presente.
O pesquisador do Núcleo de Economia do Sincomércio, João Delarissa, explica que a retomada do atendimento presencial e a ampliação de horário podem contribuir com o resultado das vendas. Porém, o setor vem de uma queda 13% na mesma data do ano passado.
“É provável que as vendas deste ano sirvam mais como recomposição de caixa do que de fato em um aumento significativo do faturamento”, diz ele.
Sem falar em números, os lojistas estão otimistas, esperam ter um desempenho melhor do que em 2020.
No ano passado, por conta da pandemia do coronavírus, as lojas estavam fechadas na segunda melhor data para o varejo, que é o Dia das Mães. Outro fator que motiva os empresários este ano é a abertura das lojas até 20h.
A gerente de perfumaria, Nathalia Pio, diz que a procura esta maior. Para atrair o consumidor, a loja tem facilitado o pagamento e isentado a taxa de entrega para quem ainda prefere comprar pelo delivery. “Estamos sentindo a procura de uma lembrancinha pra data não passar em branco, mas a expectativa é grande”, diz.
A pesquisa do Sincomércio revela que metade dos entrevistados pretende comprar pela internet, e apenas 46% devem prestigiar o comércio local, com compras presenciais, drive-thru e take away.
Dos presentes, roupas (22,6%), perfumaria (19,76%) e acessórios (14,52%) estão entre os queridinhos.
O Junior Cristiano Nunes é gerente de uma loja de calçados e acessórios, no Centro. Ele está otimista com o crescimento nas vendas, embora, o valor do ticket médio tenha caído.
“É o famoso BBB, bom, bonito e barato. É isso que as pessoas procuram. Acreditamos em um crescimento porque no ano passado estávamos fechados, trabalhando com delivery, então este ano vai ter crescimento”, diz Junior.
Para a farmacêutica, Greice Setti, é possível, sim, presentear, gastando pouco. Só não dá para deixar passar em branco. “Estamos com incertezas, mas não dá pra deixar de presentear a mãe”, reforça.