Sabe a tradicional dupla do prato do brasileiro arroz com feijão-carioca? E se você trocasse pelo feijão preto?
Essa é dica dos especialistas do setor caso você queira fugir do aumento de quase 30% do grão que é o preferido aqui na região.
Nos supermercados de Araraquara o preço do feijão carioca varia de R$ 7,99 até R$ 11,98 o quilo. Mesmo com o valor alto, tem consumidor que não abre mão.
Na casa do aposentado Moisés Limeira, mesmo com o preço mais salgado ou não , a família não consegue ficar sem o feijãozinho de todos os dias.
“Realmente está tudo mais caro, mas mesmo assim prefiro o carioca. O feijão preto uso para fazer feijoada”, contou.
GRÃO INFLACIONADO
O tipo de feijão favorito dos brasileiros está mais caro e escasso. E a oferta do grão está menor em 2022.
Nesse cenário outros tipos aparecem como mais vantajosos, caso do feijão preto, por exemplo, como explica Marcelo Líder, presidente do Instituto Brasileiro de Feijão e Pulses (IBRAFE).
“Estamos fazendo uma alerta para os consumidores saberem que existem outras variedades de feijão, tão nutritivo quanto. É interessante aproveitar essa oportunidade de consumir esses feijões que tem valor mais baixo por quilo”, aponta.
O setor calcula que o feijão carioca ocupe 60% do consumo no país. Enquanto o saco do carioca passa dos R$ 10,00 o feijão preto varia de R$6 a R$ 7 o quilo. E a alta do preço do feijão carioca é atribuída aos problemas climáticos.
“É algo inédito, porque estamos na safra de feijão, no pico da segunda safra e normalmente temos uma boa área plantada mas por problemas climáticas está mais difícil este ano. Tivemos estiagem em Minas Gerais e Goiás, chuvas em excesso no sul no Paraná e o frio chegou cedo, com geadas também, vários fatores que somaram”, apontou.
MADE IN BRASIL
O presidente IBRAFE lembra ainda que o feijão carioca é consumido apenas no Brasil e que não é possível importar esse tipo de grão.
“Se nós produzimos muito o feijão e sobra não temos para onde mandar, não há país no mundo que consuma o carioca. Se temos falta de feijão como teremos agora, não há de onde trazer porque não é produzido em outros países. Neste momento podemos diversificar”, disse.
Cleiton Fiorindo Bonassina, proprietário de um restaurante na Vila Xavier, diz que seu estabelecimento em média serve de 200 a 250 refeições por dia.
Só de feijão, ele compra quase 90 quilos do tipo carioca. E não tem jeito de trocar já que o cliente ainda não aderiu a esse novo hábito.
“Realmente o feijão teve o aumento e deu para perceber porque na cesta básica média do restaurante que inclui o feijão se torna um dos vilões. O feijão preto não tem muita aceitação aqui, é mais o carioca, então não tem jeito, temos que manter esse e tentar absorver o menor impacto possível do valor”, apontou.