O estoque de galões de água em uma distribuidora, que fica na Avenida Padre Antônio Cezarino, na Vila Xavier, em Araraquara, só é suficiente para mais um dia. As vendas no estabelecimento praticamente dobraram diante da onda recente de calor.
Até às 11h desta segunda-feira (25), a distribuidora já havia realizado 70 vendas. No mesmo período de um dia comum, este número cairia pela metade.
“Eu tenho três linhas telefônicas, WhatsApp e a porta. Está uma loucura. Até sexta-feira (22), a minha loja estava lotada e, agora, está vazia”, disse a empresária Elaine Pandini Queiroz.
Por conta da procura, o estoque precisou ser reposto com antecedência, mesmo assim não foi suficiente. A distribuidora trabalha com galões de 20 litros e fardos de garrafinhas de 500 ml.
Segundo a empresária, residências e empresas representam a maioria dos pedidos. “Pessoas que compravam uma vez por mês estão comprando duas. Aquela pessoa que pegava uma vez na semana está pegando duas”, comentou.
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A procura também dobrou em uma distribuidora que fica na Avenida Major Dário Alves de Carvalho, na Vila. Quando abriu as portas, às 8h, já havia mensagens no WhatsApp e as ligações não pararam desde então.
A atendente Camila Marques justificou que por conta da demanda, os pedidos que antes eram entregues entre 30 e 40 minutos passaram a levar até duas horas. “Às vezes, não querem esperar a demora da entrega porque a demanda está alta, então, acabam retirando a água na loja”, explicou.
Para atender tantos pedidos, a Camila precisa administrar quatro telefones, além das mensagens que chegam por aplicativo. A distribuidora entrega para toda cidade, mas em maior volume na Vila Xavier e Centro.
“Tem gente querendo comprar um galão a mais para deixar de reserva porque o consumo de água também dobrou”, afirmou a atendente.
Uma distribuidora que fica na Rua Professor Dorival Alves, na Vila, costumava repor o estoque de 700 galões entre 10 e 12 dias. Na última semana, este período caiu pela metade.
Segundo a gerente Lorise Lipisk, a procura cresceu quase 50%. “Aumentou a procura de gente que já é cliente e de quem não comprava água mineral e começou a consumir”, explicou.
Em um dia típico de verão, a distribuidora costumava vender entre 90 e 100 galões. Este número saltou para 140 na última semana.
A distribuidora vende desde garrafinhas a galões. Os valores variam de R$ 10 o fardo a R$ 13 o galão de 20 litros. Mas, nesta manhã, foi possível encontrar paletes vazios e poucas unidades disponíveis.
“Eu tenho água para trabalhar até às 2h da tarde. A partir disso, já não tenho mais. Então, o caminhão precisa chegar para abastecer. Chega um horário que não tem como aceitar mais pedido e fica para o dia seguinte”, contou.
Para ela, este período pode ser considerado o Natal do setor. “É como se fosse o fim de ano para o comércio quando dá estes picos de calor. Daqui em diante até o finalzinho de maio, é neste ritmo mesmo”, comemorou.
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