Foi em uma quadra simples, localizada no Jardim Cruzeiro do Sul, em Araraquara, que o jovem Reynan Gabriel Camilo dos Santos, de 18 anos, fez suas primeiras cestas. Ele conheceu o basquete aos oito anos, quando começou a participar do projeto Sonhando Alto.
O atleta contou que no começo queria apenas se divertir, mas que com o passar do tempo pegou gosto pelo esporte e percebeu que tinha facilidade para fazer alguns passes.
“Naquela época, eu não sabia muita coisa, eu jogava porque gostava, achava legal, mas ainda não era um sonho. Mas eu queria conhecer outras cidades, já tinha escutado de amigos que tinha ido jogar fora”, explicou.
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“Um dia, jogando pelo Sesi Araraquara, estávamos enfrentando o Sesi Franca, quando o treinador do time adversário me viu e perguntou se teria vontade de jogar em Franca”, completou.
Reynan chegou ao Franca aos 15 anos e se acostumou com o jeito de jogar do time. “Disputamos campeonatos e logo consegui mostrar o que sabia fazer. Fui MVP [Prêmio de Jogador Mais Valioso] daquela competição e foi ali que percebi que poderia ir mais além, comecei a sonhar mais alto e o Nilton [treinador do Franca naquela época] sempre me falava que se eu treinasse firme, chegaria onde estou hoje, disputando campeonatos internacionais”, contou.
Hoje, aos 18 anos, ainda no Franca, Reynan já foi visto e selecionado duas vezes pela Seleção Brasileira Sub-18. “No Sul-Americano nós vencemos e eu fui o MVP. Recentemente disputamos a U18 Americas Championship México 2022 e ficamos em segundo lugar, atrás apenas dos Estados Unidos”, comemorou.
O ala de 1,92m lembrou que batalhou muito para chegar até aqui, e que o seu maior sonho é jogar na NBA (National Basketball Association), a liga de basquete Norte Americana.
DIFICULDADES
“Minha família nunca teve uma condição financeira boa, minha mãe tirava o dinheiro de casa para me apoiar, para poder viajar e disputar os jogos. Eu tentava carona e, nessa parte, o Guilherme [Camargo, técnico do projeto social] foi meu herói, me ajudou muito e sempre acreditou em mim. Se não tivesse ele, não sei o que estaria fazendo hoje. Ele já foi me buscar, me deu dinheiro para o ônibus e eu tenho muito a agradecer a ele”, disse.
Segundo Reynan, um dos momentos mais marcantes da sua vida foi ficar longe de sua família pela primeira vez quando chegou ao Franca aos 15 anos. “Eu vi minha mãe indo embora segurando o choro e eu também chorei demais. Hoje, ela fala que voltou chorando no ônibus”, contou.
“Mas sei que tudo tem seu tempo, Deus esteve comigo em todas as ocasiões. Eu já pensei em desistir, mas Deus estava sempre ali comigo e quando eu orava, ele me falava algo por meio da bíblia”, completou.
No ano passado, o Sesi Franca foi campeão da Liga Nacional de Basquete. Reynan espera que neste ano possa ajudar mais o time e trazer novamente o título para casa.
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