Rua 5 e os Oitis, ônibus elétrico da CTA, pegadas de dinossauros, o trem e a estação ferroviária e a serpente da Igreja da Matriz. O que tudo isso tem em comum?
Além de serem patrimônio de Araraquara, todas essas características da cidade também estão estampadas em jogos de louça de porcelana da coleção Aracoara, do artesão Tadeu Queiroz.
Uma vez ao ano, um patrimônio, material ou imaterial, é escolhido para ilustrar as peças.
“Todo ano trabalhamos um patrimônio diferente”, disse Queiroz.
A ideia nasceu a partir das feiras de economia criativa. Quando ele identificou um “deficit de lembrancinhas e suvenirs” que pudessem ser uma recordação da Morada do Sol.
“Quando as pessoas querem dar um presente de Araraquara, geralmente dão uma meia ou uma panela de pressão”, brincou o artesão.
“Queria algo que falasse um pouco mais da história da cidade, ai juntei com um amigo meu que estava estudando patrimônio histórico, o Weber Fonseca, e ai lançamos a coleção Aracoara”, explicou.
Agora, Queiroz relança a coleção “A Matriz e a Serpente”, que foi a primeira das seis, com desenho e novas cores.
“Resolvemos retomar a história dos Britos porque é marcante e característico da história da cidade”, disse Queiroz.
Dessa vez, os desenhos são de autoria de Daniel Almeida, ilustrador de São Paulo. “É o único ilustrador ( que nos seis anos de Aracoara) não é de Araraquara. Todos os outros são da cidade.”
Depois, os decalques com as ilustrações vão para o forno, para queima em alta temperatura (780°C).
As peças – compostas por pires, prato e caneca – foram fabricadas em edição limitada (com 100 unidades).
A Lenda da Serpente da Igreja Matriz
Uma das principais lendas de Araraquara, a história conta que há uma serpente gingante embaixo da terra que liga o Cemitério dos Britos à Basílica de São Bento (antiga Igreja da Matriz).
O animal estaria lá após uma praga rogada por um padre que presenciou o linchamento de Rozendo de Souza Brito e Manuel de Souza Brito em frente à igreja da Matriz.
Segundo a crendice popular, o padre disse que as reformas da igreja nunca poderiam ser integralmente concluídas, pois assim a serpente acordaria e a destruiria toda a cidade.
