Em tempos de ódio e intolerância, renovar a fé na humanidade é preciso. Exercitando sua maior paixão, melhor ainda. É o que o fotógrafo araraquarense Beto Ambrósio, 34 anos, volta a fazer hoje, quando parte para sua sexta viagem de bicicleta “mundão afora”, dessa vez pedalando pela Patagônia.
“Através da bicicleta eu conheço o mundo de uma maneira muito genuína. Não só as paisagens, mas as pessoas e suas culturas. As pessoas querem conhecer minha história, me ajudar, e eu quero conhecer a história e a cultura delas. É uma troca maravilhosa”, explicou Beto.
PAIXÃO
Ele se apaixonou pela bicicleta aos dois anos, quando seu pai, que também costumava viajar de bike por aí, o ensinou a pedalar. E fez sua primeira viagem longa com um amigo em 2011 pelo litoral do Nordeste, de Salvador a Fortaleza.
Desde então, não parou mais, e realizou diversos pedais pelo Brasil e pela América Latina, incluindo duas viagens que renderam os livros de textos e fotografias “Fé Latina” e “A Essência da Estrada Real”, onde divide suas experiências na estrada.
“Gosto de compartilhar essas viagens através de fotografias, textos e vídeos. Nesses livros gosto de mostrar tudo que eu vivo, falar da minha fé, da bondade das pessoas que me ajudam, falo de humanidade, de simplicidade. São livros para que a gente não perca a esperança na humanidade, para mostrar que tem muito mais gente boa do que gente ruim”, ressaltou, adiantando que a viagem para a Patagônia resultará em um terceiro livro.
ROTEIRO
A viagem, que começou à meia-noite desta terça-feira (01), vai até o dia 25 de abril. Nesses quase três meses de pedaladas, Beto Ambrósio sairá de Bariloche, na Argentina, sentido Ushuaia, na Terra do Fogo, região do Fim do Mundo, fazendo um “zigue-zague” entre Argentina e Chile. Um trajeto de aproximadamente 3 mil quilômetros.
“Vou descendo e chego em Ushuaia em abril. Ali é o ponto mais ao sul do planeta, por isso se chama Fim do Mundo, é o ponto mais próximo da Antártida. De lá pego o avião de volta pra casa”, explicou.
Ele contou que essa viagem era seu sonho desde que pedalou pela América Latina e passou pelo Chile e pela Argentina, mas acabou não descendo para a Patagônia.
PREPARAÇÃO
Beto conta que uma viagem desse porte exige muito planejamento e muita preparação, desde a pesquisa sobre os tipos de terreno que vai enfrentar durante o percurso, quantos quilômetros percorrerá por dia, as roupas que deverá usar para o clima da região, o tipo de bicicleta que precisará utilizar nos terrenos que encontrará pela frente, até a preparação física.
“No caso, preciso estar com preparo físico para pedalar em média cem quilômetros por dia. Faço meu treinamento, tem a parte esportiva também. E preciso levar roupa apropriada, barraca, água e comida para sobreviver, porque muitas vezes vou acampar no meio do nada, no deserto mesmo. E vamos em frente”, conclui o ciclista.
Para saber mais sobre as aventuras, os livros, fotografias, palestras e vídeos de Beto Ambrósio, basta acessar o site https://www.felatina.com.br/. Mais informações também no instagram @betoambrosio_ .