Nesta terça-feira (18) é comemorado o Dia Nacional do Livro Infantil, data escolhida devido ao aniversário de nascimento do escritor Monteiro Lobato (1882-1948), considerado o pai da literatura infantil brasileira.
Mas, em meio a tanta tecnologia, como manter o interesse das crianças pelo bom e velho livro?
Para o escritor araraquarense Rodrigo Vulcano, o grande desafio é tentar tirar o livro do estático, mantendo a originalidade do pensamento.
“Chamar a atenção das crianças para a leitura é uma luta diária. Fiz um livro em formato de capsulas e outro que saia de um pacote de lanche. São propostas que misturam arte com algumas intervenções, visando tirar a literatura do estático, mantendo um olhar único dentro de cada leitura. As editoras já estão nesse caminho, buscando o equilíbrio entre o visual e literal”, explica.
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Rodrigo lembra que sempre foi apaixonado por livros infantis, tanto para ler como para escrever.
“Eu trabalho com literatura infantil desde 2004, quando fiz um livro infantil nunca publicado, chamado ‘Jardim de Cabelo’, que ainda penso em publicar. Depois disso, fiz um livro com Carlos Gil Mazzon, que chama ‘Lambão e a tartaruga’, que foi o primeiro livro meu, que vi ilustrado. Eu amo escrever, eu escrevo para mim, para a criança que se mantem acesa dentro de mim”.
LEITOR ASSÍDUO
“Eu sou apaixonado por literatura infantil desde sempre, passando pela coleção vagalume, que estou relendo neste momento. Eu tenho um apreço por essa literatura e mais da metade do que eu leio e consumo é literatura infantil. Recentemente redescobri os gibis, junto ao meu filho de 7 anos. Compramos muito gibi para ele e deixamos ao alcance de suas mãos. E a curiosidade que ele tem, com ele fazendo várias perguntas sobre os personagens infantis, me faz ter vontade de ler cada vez mais”, ressalta Rodrigo.
Como um consumidor de literatura infantil, Rodrigo vem percebendo as mudanças nos livros, que vem ganhando cada vez mais cores e formatos diferenciados. “Eu sinto que há uma grande mudança no volume de ilustrações – o que tem muito a ver com o áudio visual que concorremos hoje e, em sua maioria, como o mercado abriu muito, conseguimos conhecer diferentes autores. Ou que estavam a frente de seu tempo ou que não tiveram espaço para publicar seus livros antes.”
Rodrigo ressalta ainda que sente na pele a concorrência com o audiovisual – televisão, streams, vídeo games, celular.
“Eles são atrativos e a nossa função é tentar mediar e fazer com que as crianças tenham acesso a tudo isso, mas que também tenham a possibilidade de ler um livro. O livro é sensacional, pois é você com você mesmo, não oferece propaganda, não atrapalha e te mantém concentrado – longe das tecnologias. Quando você pega um livro, você cria os personagens e seus ambientes, você consegue trazer os seus para dentro do universo que vem sendo criado em sua mente. O livre permite que você crie seu repertório. Sempre que leio livro infantil, há mensagens maravilhosas e eu sinto que estão conversando comigo”, finaliza.