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Lazer e culturaExposição "Povos Originários - Os caminhos da memória" começa em Araraquara

Exposição “Povos Originários – Os caminhos da memória” começa em Araraquara

Mostra de Marcos Costa de Freitas integra a programação do Festival Internacional de Dança vai até sexta-feira (30);  desenhos a carvão retratam a etnia Goitacá

 

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Museu Ferroviário recebe exposição 'Povos Originários - Os caminhos da memória'(Foto: Divulgação)
Museu Ferroviário recebe exposição “Povos Originários – Os caminhos da memória”(Foto: Divulgação)

 

 

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A partir desta terça-feira (27), o  Museu Ferroviário de Araraquara recebe a exposição “Povos Originários – Os caminhos da memória”, de Marcos Costa de Freitas. 

A exposição acontece de hoje até sexta-feira (30), das 9h às 17h.

O evento  integra a programação do Festival Internacional de Dança (FIDA) 2022. Com a organização de Carol Goos e Gilsamara Moura, o evento é produzido pela Coordenadoria de Acervos e Patrimônio Histórico.

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A mostra reúne desenhos a carvão e a lápis-carvão sobre papéis de fibras vegetais diversas, produzidos por Marcos Costa de Freitas, mestre em História pela PUC-GO na área de concentração de cultura e poder, e bacharel em artes visuais/comunicação visual pela Universidade Federal de Goiás. 

Professor no ensino superior de design há 23 anos, ele atuou como coordenador por 13 anos, participou da elaboração de planos de desenvolvimento institucional e projetos pedagógicos de cursos diversos. Foi membro da Comissão Assessora de Área do Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (Enade) de Tecnologia em Design Gráfico 2018 e 2019.

A exposição ilustra um percurso pessoal e subjetivo que começou com a busca de referências para retratar a etnia Goitacá. 

Pesquisas realizadas na internet revelaram algumas imagens como sendo ilustrações dos Goitacás, mas na verificação meticulosa constatou-se que se tratavam de antigas ilustrações de outras etnias.

Eram gravuras etnográficas européias do século XVIII, dos povos Maxuruna. O Chef Camacan, uma ilustração de Jean-Baptiste Debret, litografada por Charles Etienne Pierre Motte, é uma outra imagem recorrentemente apresentada como sendo de um Goitacá. 

As ilustrações etnográficas dos povos Aimorés também são usadas frequentemente para ilustrar os Goitacás.

A busca frustrada por imagens históricas levou acidentalmente aos registros textuais de André Thèvet e aos posteriores relatos de Frei Vicente de Salvador, que descrevem e relatam eventos da vida dos Goitacás. 

São relatos que permitiram formar um ícone hipotético do tipo físico e da cultura desses povos. O tempo acumulou muitas lacunas de memórias, há mais indagações do que respostas, mas isso não é obstáculo à arte. 

A busca dos Goitacás levou aos Aimorés e aos Maxuruna. Para compreender e reconstruir uma ilustração de um Maxuruna foi necessário pesquisar os povos Matis, estes levaram aos Yanomamis, depois aos Mebêngôkre, aos Asurini, aos Waujas, aos Yawalapiti, entre outros. 

Aparência física, cultura, adereços e pintura corporal são referências usadas de forma comparativa para intuir ou reconstituir a imagem dos povos ancestrais.

 Por meio de estudo de similares, buscam-se os elementos que podem compor repertórios necessários à reflexão e ao resgate da memória. A exposição retrata esse processo, mas ainda é um trabalho em estágio inicial, desprovido de elementos conclusivos.

A imagem tem enorme poder de mobilizar o imaginário de uma sociedade, por isso seu resgate é muito importante.

 A história dos povos originários do Brasil é riquíssima, mas pouco conhecida, há uma “patologia hermenêutica” que agrupa todos os indígenas como se fossem uma única etnia, referem-se à “índios” como se fossem todos de apenas uma cultura. É necessário e urgente (re)apresentar a diversidade da realidade, para combater as ficções de nação que são veneradas há séculos.

 Resultados do Censo 2010 divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apontam para 274 línguas indígenas faladas por indivíduos pertencentes a 305 etnias diferentes.

Ele frisa que o Brasil tem sido levado a uma situação de enorme risco sócio ambiental, com desmonte das políticas de proteção e a criminalização do ativismo. 

Para o artista, o desmantelamento da FUNAI impôs prejuízos diversos à tradição e memória indígena, a cultura, tratada como inimiga do governo, começou um longo processo de atrofiamento.

 “Por isso é urgente estudar e expor a história e cultura dos povos indígena à sociedade brasileira, para preservação do seu legado, e para constituição de um novo imaginário social que permita um país plural e sustentável nos planos material e cultural”

Serviço
Exposição “Povos Originários – Os caminhos da memória”, de Marcos Costa de Freitas
Data: De 27 a 30 de setembro
Horário: 09h às 17h
Local: Museu Ferroviário “Francisco Aureliano de Araújo”
A exposição também poderá ser vista na atividade de encerramento do FIDA 2022, a “Noite Insolente”, no Museu Ferroviário, dia 30 de setembro, às 19h.

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