ESPECIAL DE ANIVERSÁRIO
Para alguns um louco, para outros um gênio! Esse foi Frederico de Marco, médico, cientista e professor araraquarense, que chegou a trocar cartas com ninguém menos que Albert Einstein.
Conhecido como o “Professor Pardal” de Araraquara, ele era um homem sisudo, sério e com o cabelo sempre despenteado. Sua aparência e ideias revolucionárias fizeram com que muitos moradores da época achassem que fosse louco. Mas, Frederico estava longe disso, era um cientista muito a frente de seu tempo.
“Falar de Frederico de Marco é falar de um homem de vanguarda, um visionário para sua época. Era considerado louco por alguns, já que, naquela época, fazia coisas que jamais se imaginaria que pudesse fazer. Frederico é um dos maiores inventores do Brasil e tivemos a sorte de tê-lo em Araraquara”, conta Eduardo Soranzo, criador da página Araraquara Encantadora, que resgata a história de Araraquara.
Nascido em 1885, Frederico mantinha um consultório simples, no porão de sua casa – localizada no cruzamento da Avenida Espanha com a Rua Gonçalves Dias (R.1), no Centro de Araraquara.
“Ele era genial. Realizou uma cirurgia de retirada de tumor na cabeça e a pessoa foi salva por ele. Naquela época, na década de 1940, um diagnóstico como esse era uma sentença de morte. Mas ela passou por cirurgia e viveu normalmente por muitos anos”, explica o historiador Hamilton Mendes.
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Mas, Frederico era um médico apaixonado por pesquisas e pela eletricidade. Por conta disso, realizou diversas pesquisas na área de transmissão de energia a distância.
O HOMEM QUE FEZ CHOVER
O maior feito de Frederico foi a descoberta da chuva artificial. Suas experiências começaram entre os anos de 1914 e 1917, mas a falta de interesse das pessoas fez com que ele desistisse.
“Em 1940, Frederico contou com a ajuda do amigo Edmundo Lupo, que usou seu próprio avião para sobrevoar o céu de Araraquara. Em uma tarde ensolarada, centenas de pessoas foram até o ponto do atual aeroporto e viram Frederico pulverizando as nuvens com nitrato de prata – feito por ele. Eles pousaram o avião e instantes depois um grande volume de chuva começou a cair. A partir desse dia, Frederico passou a ser conhecido no país e no mundo, chegando a trocar cartas com Einstein”, conta Hamilton.
O feito foi comemorado por meio de uma placa, instalada em frente ao aeroporto de Araraquara. ‘Perpetua, este marco, como testemunho do povo araraquarense às primeiras experiências de chuva artificial realizadas em 1940 pelo professor doutor Frederico de Marco que, com avião pilotado por Edmundo Lupo, entraram nas nuvens provocando chuva. A fim de firmar a prioridade à posteridade o município de Araraquara colocou no lugar do acontecimento este símbolo histórico’.
A descoberta fez com que o cientista araraquarense fosse reconhecido pela comunidade cientifica internacional e fosse indicado ao Prêmio Nobel de Física, marcando o início de um dos assunto mais debatidos do mundo: o clima.
AJUDA
Além da ajuda de Edmundo Lupo, o grande cientista também recebeu ajuda de outro morador de Araraquara, o mecânico Rafael Lucas Martinez – o Faito.
“Ele era paciente do Dr. Frederico e foi o responsável por criar o pulverizador de nitrato de prata, usado por Frederico durante seu voo”, ressalta Soranzo.
PATENTE
O feito de 1940 foi patenteado por Frederico e, até, hoje é usado por mais de 40 países, incluindo as maiores potências bélicas do planeta para manipulação climática em larga escala, inclusive, tendo sido usada oficialmente como arma bélica pelos EUA durante a Guerra do Vietnã.
AMOR PELA TERRA
O pesquisador teve reconhecimento internacional e chegou a ser chamado para trabalhar em outros países, mas nunca aceitou. “Ele queria apenas fazer suas invenções e permanecer em sua cidade natal. Ele só deixou Araraquara em 26 de junho de 1960, quando morreu”, finaliza Soranzo.
EXPOSIÇÃO
Em sua homenagem, a Câmara de Araraquara já realizou duas exposições contando sobre a vida e o feito de Frederico de Marco por meio de recortes de jornais e objetos pessoais do cientista. Na década de 1950 a Casa de leis chegou a liberar 20 mil cruzeiros para que o cientista pudesse fazer suas experiências de chuvas artificiais.
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