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“São muitas emoções, eu fico muito, muito mexida. Araraquara mexe comigo em muitos lugares. Assim, tenho muito orgulho de ser daqui. (…) É, aqui é minha casa, aqui é onde eu fui concebida, aqui é onde comecei a me exercitar artisticamente”, disse a artista, em entrevista ao acidade on.
Sem ponto, sem vírgula, sem meia, descalça, Liniker descascou o medo para caber coragem. Se há 10 anos sua voz ecoava anônima em Araraquara, aos 28 anos ela foi a primeira artista trans a ganhar um Grammy Latino e retornou em uma apresentação inédita na cidade com seu disco solo “Indigo Borboleta Anil”, no último sábado (26), no Sesi de Araraquara.
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À VONTADE
Em uma nova fase, diferente daquela quando deixou o município para viver seu sonho, Liniker trouxe inúmeras homenagens à sua família e raízes em seu show na cidade, tocando inclusive com Junior Barros, seu tio e referência musical no cenário do samba Araraquarense.
De lagarta a borboleta, Liniker saiu do casulo sem deixar para trás tudo o que aprendera ali, levando para seu trabalho solo as memórias dos sons que sua família lhe apresentou quando era criança.
“É um álbum que tem muitas coisas que ouvi no meu quintal, assim como o samba, como álbuns de samba, enredo de escola de samba. (…) Muito do R&B, coisas que minha mãe, minha tia e meus tios me apresentavam, não só para mim, mas também para meus primos, minhas primas e meu irmão”, afirmou.
Durante a apresentação, Liniker mostrou estar muito à vontade em sua nova fase. “É uma honra poder voltar extremamente dona de minha música, dona de minha letra, dona de meu som, dona de meu destino, dona de meu futuro”, disse a artista emocionada.
NOSTALGIA
Mesmo quase cinco anos longe de sua terra natal, ela revelou que a cidade sempre teve um espaço em seu coração. Foi aqui que tudo começou, onde seu primeiro EP ‘Cru’, ainda com a banda Caramelows, foi gravado, onde começou a atuar em grupos de teatro e realizar as primeiras experimentações artísticas.
“É gostoso rever pessoas que amo, é gostoso andar pela cidade assim, nostalgicamente apresentando a cidade para pessoas que estão vindo pela primeira vez e que nunca conheceram, e mostrar a cidade do meu ponto de vista, ‘passei por aqui, estudei aqui, dei meu primeiro beijo aqui nesse lugar'”, disse.
Sobre suas melhores lembranças na cidade, a Praça das Bandeiras, a Voluntários da Pátria (Rua 5) e as escadarias da casa de cultura fazem parte de um cenário nostálgico nas principais memórias da artista. “Tenho uma memória específica em cada lugar, e é muito emocionante poder reacessar esses lugares, ver o quanto eles se transformaram, e eu também”, disse Liniker, que revelou ter os pés como principal meio de transporte em Araraquara.
“Adorava caminhar. Caminhava muito a pé por Araraquara, meu meio de transporte era sempre a caminhada. Andava muitos quilômetros na cidade, pela Rua 5, pelo Centro.”
Em sua despedida da Morada do Sol, Liniker adiantou que em breve irá lançar um novo álbum, o segundo de sua carreira solo, e que Araraquara marca o início do fim da turnê de “Indigo Borboleta Anil”. A artista disse durante a apresentação que pretende não demorar tanto tempo para retornar à sua cidade natal novamente.