Nem todos têm o privilégio de trabalhar em um lugar com ar condicionado. Se já está calor para aqueles que estão em ambientes fechados, para quem tem enfrentar a rua a situação é bem pior.
O acidade on ouviu trabalhadores que tiveram que enfrentar o temido ‘solão’ no fim da manhã desta sexta-feira (22), uma das semanas mais quentes da semana, com máxima prevista de 37°C na Morada do Sol.
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Vendendo bala desde os 16 anos, Marcelo Gurgel, hoje com 28, acorda cedo para encarar o dia no semáforo entre o cruzamento da Avenida Bento de Abreu com a Rua São Bento (R.3.), todos os dias.
Ele fica das 9h às 17h no ponto, uma rotina bastante puxada que fica mais cansativa ainda em dias de calor extremo. “O calor está insuportável. Quarta-feira foi o dia que o bicho pegou, chegou a 41°C aqui”, disse Gurgel.
A sensação térmica é potencializada pelo asfalto quente entre os corredores dos carros. Com esse tempo, não é difícil adivinhar tudo que Gurgel mais almeja ao chegar em casa no fim da labuta:
“Tomar um banho para tirar todo esse colado, tem que ser gelado, para refrescar”, afirmou.
Em busca de uma sombrinha embaixo dos arbustos do canteiro central da Avenida Bento de Abreu, o entregador Caio Carboni de 39 anos, esperava ansioso o som da notificação do aplicativo.
Enquanto pedestres passavam do outro lado na calçada com roupas frescas de verão, estava Ferreira ali, todo ‘encapuzado’ de roupas térmicas para se proteger do sol. Proteção é uma palavra que não falta no dicionário do motoboy, que já veio preparado para encarar o cenário que faz asfalto fritar.
“Protetor no rosto, na nuca, manguito nos braços para não queimar, roupa com proteção UV. Porque se você for sem segunda pele, além de suar para caramba, você vai queimar demais, mesmo com protetor solar”, contou o entregador.
Mesmo com a cabeça toda molhada por causa da atmosfera abafada no interior do capacete, Caio prefere fazer as entregas nesse clima de altas temperaturas do que em tempos chuvosos. “Na chuva é a pior opção, para mim. Eu gosto do calor, então não me importo”, concluiu.
Já o gari Ricardo Ferreira, de 48 anos, não é tão fã assim do calor. Para ele o pior horário para trabalhar exposto ao sol é das 13h às 15h30. “O sol da manhã é forte mas não excessivamente, mas o sol da tarde é bem pesado, porque fica em cima de nós”, disse o gari.
Em seu uniforme de trabalho, luvas, óculos de sol, boné. “Acostumado eu ainda não tô com as roupas, mas por causa das dificuldades que a gente enfrenta, acaba colocando para se proteger do sol, que pode causar câncer. Nós temos todos os equipamentos necessários, protetor solar, água”, completou.