Durante entrevista ao acidade on, o vereador Marchese do Rádio (Patriota) avaliou seu primeiro ano na Câmara Municipal. Oposição ao governo de Edinho Silva (PT), o parlamentar afirmou que sua atuação é focada na defesa das pessoas com deficiência.
Marchese ressaltou que este ano, seu partido, o Patriota, e o Podemos lideraram o pedido de investigação dos gastos com a pandemia da covid-19 pela Prefeitura. Com o avanço da vacinação, ele disse cobrar para que a CEI inicie os trabalhos, no máximo até o fim de janeiro.
O parlamentar é um dos que não possui uma lei aprovada para chamar de sua em 2021. Apesar disso, apresentou 379 indicações e outros 239 requerimentos. Marchese foi co-autor de projeto de lei arquivado que pretendia tornar academias serviço essencial na cidade.
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acidade on – O senhor não aprovou este ano leis ordinárias ou complementares. Como avalia sua atuação e cite, por favor, outras iniciativas feitas por seu mandato em 2021.
Marchese da Rádio – Este foi o primeiro ano do meu mandato. Desde o início fiz questão de trabalhar como oposição, mas, qualificada. Antes de votar qualquer projeto, procuro estudá-lo para entender se será ou não positivo aos munícipes. É baseado nisso que voto e votei em projetos e Leis que vieram a esta Casa.
Trabalhamos bastante nestes primeiros 12 meses. É claro que podíamos ter feito mais, porém, nem tudo depende da gente. Infelizmente, existe uma política e um sistema burocrático, que vem muitas vezes para frustrar os nossos projetos.
De qualquer modo, o nosso mandato fez até o momento, cerca de 1.500 atendimentos, contando os encaminhamentos para equipamentos públicos, entre outros. Chegamos a quase 400 indicações, com pedido de serviços após trabalho de fiscalização, além de mais de 90 requerimentos, cobrando informações e ações do Executivo.
Entre as nossas principais bandeiras, está a questão da política em defesa da pessoa com deficiência. Por isso, conseguimos a aprovação do projeto de uma Frente Parlamentar que promete ser ainda mais produtiva em 2022. Como presidente desta Comissão, fiz diversos requerimentos pedindo à prefeitura informações sobre as políticas públicas para essa população. Diante os dados, iremos buscar atuação, junto aos demais integrantes da Comissão, os vereadores Luna Meyer e Emanoel Sponton, bem como entidades que trabalham a temática na cidade.
acidade on – Em 2021 houve maior polarização política na Câmara, com a discussão de temas nacionais. Em sua avaliação, como esses assuntos contribuem com a vida do araraquarense?
Marchese da Rádio – Acredito que essa polarização foi mais intensa no início de 2021, até por algumas ações e políticas referentes a crise pandêmica, que atingiu todo o mundo. Por isso, em alguns momentos foram trazidos assuntos nacionais a esta Casa, até porque, de certa forma, envolviam Araraquara. Ainda assim, eu defendo que a Câmara Municipal trabalhe com foco nas questões locais. Leis, projetos e fiscalizações devem ser baseados nas necessidades da nossa população e não na vaidade e disputa de poucos políticos!
acidade on – Há a possibilidade da instalação de uma praça de pedágio no limite dos municípios de Araraquara e Ibaté. Como está trabalhando essa temática? É favorável ou contrário e por quê?
Marchese da Rádio – Sou totalmente contrário, apesar de entender, infelizmente, que esta situação já foi acordada pelo Governo do Estado, sem qualquer participação ou tomada de decisão de nossa parte.
Desde o princípio, procurei me engajar contra esse abuso, que vai impactar diretamente a economia do nosso município e os demais da região, onde muitos estudantes e trabalhadores trafegam diariamente. Elaborei um abaixo-assinado, que reunido a outros, liderados por mais agentes políticos, foi encaminhado ao Governo do Estado. Além disso, a Câmara Municipal de Araraquara representada pelos seus 18 vereadores travou com outros municípios o debate.
Vale lembrar, que ainda estamos em crise, não é hora de o Estado cobrar mais impostos desta sociedade, que sofre demais com o abuso dos preços de mercadorias, combustíveis e serviços.
acidade on – Após cinco meses, a Câmara ainda não iniciou os trabalhos propostos pela Comissão Especial de Inquérito (CEI) para investigar os gastos com a pandemia da covid-19. Qual sua avaliação sobre essa situação?
Marchese da Rádio – É importante ressaltar que o nosso partido, o Patriota, junto do Podemos, liderou o primeiro pedido de investigação da gestão do prefeito na Câmara, referente aos gastos com a pandemia. Acontece, que os vereadores da situação do governo conseguiram reverter o nosso pedido, e propor um modelo que, a meu ver, beneficia a administração municipal, já que está sendo feita a sua vontade.
O nosso grupo não teve alternativa, que aceitar a condição de realizar a CEI, somente, após a maioria da população ser vacinada. Isso já acontece, então, estou confiante e cobrando para que a comissão passe a trabalhar, no máximo até o final de janeiro.
É importante ressaltar, que nós não queremos prejudicar ninguém. A única coisa, é que acreditamos que se houve algum erro administrativo, ele deve ser apontado e reparado. Isso, porque envolve dinheiro público e direitos da nossa população.
acidade on – A retomada econômica, bem como zerar a fila da saúde e colocar em dia a educação de nossas crianças são os grandes desafios para o ano que vem. Como avalia que pode contribuir com soluções para essa situação?
Marchese da Rádio – Em minha opinião, essa é uma meta difícil de ser alcançada em curto tempo. Mas, não podemos desistir. O que temos que fazer é unir forças para conseguirmos de alguma forma compensar o estrago feito pelas consequências da pandemia e, tem que ser logo.
Acredito que como representante de uma parcela da população, eu contribua procurando fazer bem-feito o meu trabalho. Considerando que o vereador, no exercício de sua função, tem por obrigação fiscalizar as ações do poder Executivo. Goste o prefeito ou não, é papel do vereador requerer informações para saber onde estão sendo investidos os recursos públicos e que qualidade de serviços públicos está sendo entregues à comunidade. A função de fiscalizar é, então, uma extensão da função de legislar. Fiscalizar, por exemplo, se as leis votadas estão sendo respeitadas. É isso que fará a diferença neste período, cada um cumprindo o seu papel, em benefício da população!