A Câmara de Araraquara aprovou, na última terça-feira (1º), moção de repúdio à Companhia Paulista de Força e Luz (CPFL) por podas irregulares de árvores na cidade.
De acordo com o relato dos vereadores, a empresa promove o corte de espécies em desacordo com o que prevê a legislação da cidade, o que poderia causar prejuízos ambientais.
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O tema foi apresentado por Luna Meyer (PDT), com co-autoria de Lucas Grecco (PSL). Eles explicam que inúmeras denúncias tem chegado aos gabinetes.
“Temos recebido reclamações, fomos atrás de investigar essa ação e foi explicado que o que estaria ocorrendo um abuso da prerrogativa da CPFL na poda dessas árvores”, resume.
“Eles têm o direito de podar as árvores, mas ela tem sido drástica, exagerada e se for olhar o Código de Arborização essa atitude é criminosa”, completa Meyer.
Já Lucas Grecco afirma que além do corte irregular, ao concluir o serviço, a empresa deixa os galhos espalhados pelo passeio público, causando transtornos aos moradores.
“Após aqueles cortes em V que eles fazem, os galhos ficam acumulados no passeio público por 10 a 15 dias. Eles falam que a terceirizada vai retirar e ficam lá”, afirma.
Com a aprovação, o documento será encaminhado para a empresa e há sugestão de convocar uma audiência pública, ainda sem data, para debater o tema com o Poder Público e empresa.
O QUE DIZ A CPFL?
Procurada, a CPFL Paulista afirma que realiza podas preventivas e emergenciais em árvores de grande porte para evitar riscos de danos à rede elétrica que possam comprometer a segurança das pessoas e do fornecimento de energia.
Segunda a empresa, para a realização do trabalho, critérios técnicos são seguidos por profissionais da CPFL e de empresas terceirizadas, que são capacitados para executar a poda de maneira correta.
“Os trabalhos são monitorados pelos especialistas em meio ambiente da empresa, e visam afastar os galhos das árvores da rede elétrica. A empresa informa que realizou uma reunião com a Secretaria de Meio Ambiente nesta terça-feira, dia 01 de junho, com o objetivo e explicar a importância do trabalho de podas preventivas e também, para apresentar e oferecer a implementação do projeto Arborização + Segura”, diz em nota.
A CPFL ressalta ainda que realiza o projeto desde 2015 em 49 municípios, identificando árvores inadequadas para o convívio com a rede elétrica, ou que ofereçam riscos à população e as substitui por outras espécies que possam reduzir interferências nas redes.
“O principal objetivo do programa Arborização + Segura é conciliar o fornecimento de energia com a qualidade de vida da população”, defende.
A empresa ressalta que a realização das podas por pessoas não capacitadas pode gerar riscos, tanto àqueles que executam o serviço, quanto às pessoas ao redor.
“O contato com os cabos energizados, além de gerar choques, pode causar morte. Por isso, a companhia orienta seus clientes a entrarem em contato por meio dos canais digitais sempre que necessitarem de atendimento. Esses canais funcionam 24 horas, sete dias por semana”.
Por fim, a CPFL alerta que o contato das árvores com a rede elétrica pode trazer consequências sérias, como vazamentos da corrente para o solo, podendo atingir pedestres.
Outra situação relatada é a possibilidade de rompimento de condutores, com risco de acidentes com pessoas, além do risco de curto-circuito, com interrupção do fornecimento de energia.