A Câmara de Araraquara busca alternativas para garantir o cumprimento do mandato de Filipa Brunelli (PT). A parlamentar foi vítima nos últimos dias de LGBTfobia e chegou a ser ameaçada de morte através das redes sociais.
Ambas as situações foram registradas na Polícia Civil e está sendo investigado, mas é algo inédito na vida política da cidade. A própria vereadora procurou a delegacia para registrar crimes de LGBTfobia anteriormente.
O presidente da Câmara, Aluísio Braz, o Boi (MDB), explicou que o Legislativo está tomando providências no sentido de oferecer maior segurança, tanto na Casa, quanto nas agendas externas com a oferta de veículo oficial para ir busca-la.
“Enquanto estão investigando acreditamos que pode detectar as pessoas que estão fazendo isso com a vereadora e vamos ter um cuidado especial com a locomoção dela com o veículo oficial, principalmente nesse início”, explicou.
“Conversamos com ela e pedimos um cuidado para que desmarque agendas externas nesse momento e aquelas que não puder, tanto eu quanto outros vereadores mais próximos vamos em conjunto, com funcionários para de alguma forma dar mais segurança”, completou.
Boi ressaltou ainda que devem ser feitas algumas alterações no gabinete e também maior rigor no controle de entrada e saída de visitantes, que durante a pandemia, está sendo feita apenas por agendamento prévio nos gabinetes e com autorização de entrada.
“Vamos ter um cuidado maior para que não vejamos nada triste contra a vereadora, mas não só com ela, pois, pode acontecer contra qualquer um, pessoas de bem, não apenas limitado a função de vereadora”, afirmou.
Essa não é a primeira vez que lideranças políticas têm a integridade física ameaçada em Araraquara. Neste ano o ACidade ON noticiou casos envolvendo a própria Filipa Brunelli, o prefeito Edinho Silva (PT), a secretária de Saúde, Eliana Honain e o próprio Aluísio Boi.
“Quem costuma fazer isso devia fazer uma autocrítica, passamos por um momento tão difícil e mostra nessa pandemia o quanto a vida é importante. Você poder viver. Temos que acabar com essa intolerância e esse radicalismo, está muito difícil conversar política”, defendeu.
A vereadora Filipa Brunelli reconheceu o esforço da Polícia Civil em investigar o caso e falou sobre a limitação da Câmara em oferecer mecanismos de garantir sua integridade física. A parlamentar disse estudar até mesmo contratar segurança particular caso necessário.
“Infelizmente ela não pode garantir muito minha integridade física, além do que está no escopo jurídico, aquilo que está previsto na legislação. De fato tenho que me respaldar no poder judiciário”, afirmou.
“Não posso negar que a Polícia Civil está sendo solicita e prestativa ao meu caso, estamos tento a investigação, alguns BOs que abrimos foram encaminhados para a Justiça, então acredito que esteja andando rápido para essas pessoas serem localizadas e punidas”, finaliza.