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PolíticaCultura, Educação, Mulheres e Direito à Cidade são bandeiras de Fabi

Cultura, Educação, Mulheres e Direito à Cidade são bandeiras de Fabi

Vereadora do PT, eleita com 867 votos, é a décima sexta entrevistada pelo ACidade ON

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Fabi Virgílio (PT) é vereadora pela primeira vez em Araraquara (Foto: Divulgação/Câmara)

 

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Cultura, Educação, Mulheres e Direito à Cidade serão as prioridades no mandato da vereadora Fabi Virgílio (PT). Eleita com 867 votos, a parlamentar cumpre seu primeiro mandato na Câmara de Araraquara.

Aos 36 anos, Fabiana Cristina Virgílio, é advogada e compõe a base do Governo de Edinho Silva (PT) na Casa de Leis, porém, garante que isso não significa que vai aprovar “tudo de olhos vendados”. 

A parlamentar petista é a décima sexta, de 18 vereadores que vão responder aos mesmos questionamentos. As entrevistas serão publicadas de segunda a sexta-feira. 

A ordem das publicações segue a votação recebida por cada um dos parlamentares nas urnas.  

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Fabi Virgílio (PT) cumpre primeiro mandato após receber 867 votos em 2020 (Foto: Divulgação/Câmara)

Confira a íntegra da entrevista com a vereadora Fabi Virgílio: 

ACidade ON: Na sua avaliação, qual deve ser o papel do Legislativo? 

Fabi Virgílio: Deve ser o papel originário de sua criação quando da divisão de poderes: Legislar e Fiscalizar os atos do Executivo.  

Para além do papel originário, acredito que compete ao Legislativo ser ponte que liga a população ao Executivo. Não há exercício de criação de leis sem que tenha substrato na real situação e demandas da população.  

Legislaremos para ela e com ela e para isso é importante criar instrumentos que possibilitem esse trânsito. Pensando sobre isso, inauguramos este mandato com três projetos de resolução criando Frentes Parlamentares, onde, assim que aprovadas, iniciaremos essa via de amplo debate junto à sociedade para nos debruçarmos sobre temas afetos a toda cidade, estimular o debate, para aí sim pensarmos em ações conjuntas, sejam elas leis, indicações, requerimentos…
Isso é participação popular. Descentralização de poder.  

ACidade ON: No que se identifica e porque está em seu partido? 

Fabi Virgílio: Nessa questão acho importante trazer um pouco da minha história de vida. A arte me salvou! Enquanto cresci assistindo pessoas próximas ficarem pelo caminho, foi o teatro e a poesia que me forjaram mulher e me encorajaram pra vida.  

Foi quando entendi que criar oportunidades é possível. Por anos, estive nos palcos e me organizando em movimentos sociais para reivindicar melhorias para a categoria. E foi essa atuação que me levou para a militância.  

Sempre fui movida pela indignação. Indignação contra injustiças que me fizeram querer transformá-la em ações concretas. Atuei em grêmios estudantis, em movimentos sociais e organizada em partido politico.  

Como trabalhadora e por vivenciar essa realidade me filiei ao PT, pois sei o meu lugar de luta.  

Sou trabalhadora desde muito jovem. Fui babá, empregada doméstica, balconista de banca de jornal, auxiliar de compras…
Desde a juventude a política esteve em meus movimentos. Cresci lendo “Caros Amigos” e nela pude entender a luta do trabalhador. 

Foi quando percebi que o Partido dos Trabalhadores eram quem melhor fazia esse papel. 

Então, por essa afinidade e identidade não poderia me filiar a nenhum outro partido que não fosse o que representava essa demanda da minha existência. Minha luta pela democratização da Cultura. Minha luta pela defesa dos direitos sociais. A minha existência pela luta do oprimido contra o opressor. Esse é o motivo de estar filiada ao PT. 

ACidade ON: Quais serão suas bandeiras neste mandato? 

Fabi Virgílio: Tem uma frase que gosto demais que surgiu nos movimentos sociais da Colômbia em 2016 que diz muito sobre as bandeiras deste mandato: “Organizar a raiva, defender a alegria!”   

Atuaremos em três frentes: Cultura/Educação, Mulheres e Direito à Cidade.  

Cultura/ Educação – Minha primeira formação profissional foi em 2004 pelo curso Técnico Ator. Um programa social idealizado pela primeira gestão de Edinho Silva em parceria com Senac. Araraquara é uma potência em artes, um grande celeiro de artistas.  

Sabemos que depois de 16 anos muitas coisas mudaram e é preciso se debruçar sobre e entender quais são as reivindicações da categoria para buscar supri-las. E como trabalhadora da cultura, não posso me furtar a essa debate e, lógico, não há como dissociar a educação dessa pauta.  

Mulheres – No Brasil, uma mulher é morta a cada 7 horas, ocupa o 5º lugar no ranking mundial de Feminicídio, a cada 2 minutos uma mulher sofre violência doméstica, 1 a cada 4 mulheres sofrem violência obstétrica na hora do parto.  

Infelizmente, Araraquara não é diferente. Por isso é preciso fazer uma discussão séria e ampla para entender o que ainda podemos melhorar em nossa cidade. Sabemos que Araraquara já é exemplo na rede de proteção, mas sempre dá pra melhorar. Principalmente quando falamos de uma sociedade alicerçada no patriarcado. 

Direito à Cidade – Entendo que a cidade é nosso lugar de pertencimento. É nela que vivemos, sonhamos e idealizamos futuros. Como uma dos membros fundadores da Associação Amigos da Praça das Bandeiras, percebi o quanto a arte e cultura podem mudar um espaço que estava em degradação e se transformar em um espaço de harmonia e bem estar coletivo. Qual é a cidade que queremos e como queremos? Segundo David Harvey, direito à cidade “é o direito de mudar a nós mesmos, mudando a cidade. Além disso, é um direito coletivo e não individual, já que essa transformação depende do exercício de um poder coletivo para remodelar os processos de urbanização”. O direito à Cidade passa pela discussão de moradia digna, mobilidade urbana, meio ambiente, ocupação de espaços públicos por arte, esporte e lazer, acesso rápido aos serviços públicos. Enfim, sobre tudo que a cidade deve nos oferecer. É sobre coletividade. E se tem algo que a pandemia nos mostrou é que sozinhos, nada somos.  

ACidade ON: O ano de 2021 ainda deve sofrer os impactos da pandemia, com filas na saúde e crescimento do desemprego e empobrecimento da população. Na sua avaliação, como a Câmara pode contribuir para amenizar estes impactos? 

Fabi Virgílio: Apoiar e provocar a ampliação de programas sociais como o Bolsa Cidadania, o acesso a alimentos, assim como os projetos de cooperativismo encabeçados pela Coordenadoria de Economia Criativa e Solidária. Assim como, se for possível, garantir contrapartida social para a chegada de novas empresas e indústrias em nossa cidade, para ampliar ofertas de emprego. 

Na saúde, acredito ser importante ampliar o programa de saúde preventiva. Geralmente procuramos atendimento médico quando a doença já está instalada em nosso corpo. Potencializar mecanismos de promoção da saúde, proteção especifica, diagnóstico e tratamento precoces. Medidas como essas podem desafogar sobremaneira nosso sistema de saúde, com potencial inclusive de a longo prazo reduzir gastos. 

Aos vereadores cabe também a possibilidade de buscar emendas parlamentares para auxiliar os cofres públicos em demandas específicas.
Este mandato, antes mesmo de existir, conseguiu por intermédio do Deputado Federal Paulo Teixeira uma emenda de $100 mil reais para a saúde da mulher.  

ACidade ON: Na última legislatura 82% das leis de autoria dos vereadores foram para dar nome a próprios públicos e promover inclusões no calendário de eventos do município. Qual sua opinião sobre isso e acredita ser possível mudar essa realidade? Se sim, como? 

Fabi Virgílio: De início, importante esclarecer que a competência legislativa de um Vereador é delimitada constitucionalmente que, naturalmente, criam parâmetros que limitam seu espectro de atuação. 

Pontuado isso, a cidade está vivenciando um processo de crescimento urbano. Homenagear e dar nomes aos próprios públicos tem sua importância. Tem muitas vezes a função de preservar a memória da cidade, de homenagear cidadãos ilustres. Posso citar a homenagem feita ao Luís Antônio Martinez Corrêa, importante diretor Araraquarense, que dá nome à Casa da Cultura. 

O mesmo vale para o calendário de eventos do município. Se alguns pares entendem serem importantes as datas, a homenagem, qual o problema sobre isso? Não vejo demérito nisso. Muitas pessoas sistematicamente visam desqualificar esse tipo de iniciativa, mas eu particularmente não vejo demérito algum.  

Acho que o desafio que existe, principalmente sobre o calendário de eventos, é como dar sequência às proposituras para que a sociedade lembre de tal data no município e se crie datas de fato representativas que criem uma agenda municipal de festividades, trazendo uma gama grande de benefícios ao Município e seus moradores. Só como exemplo cito a Semana Ariovaldo dos Santos de Teatro Infantil, iniciativa desta casa e que todos os anos traz a memória deste desbravador do teatro em Araraquara. 

Enfim, cabe a cada parlamentar eleito fazer a condução de seu mandato da forma como almejar.  

Agora, nosso mandato tem sim a pretensão de fazer outras discussões e propostas que julgamos importante. E já realizamos atos concretos nesse sentido, que são justamente as propostas de criação das Frentes Parlamentares. Acredito que possam surgir propostas legislativas interessantes dessas Frentes de debate. 

ACidade ON: Como deve se posicionar na Casa de Leis? Será base governista, oposição ou terá uma postura independente e por quê? 

Fabi Virgílio: Sou da base governista. Sou do Partido dos Trabalhadores e tenho responsabilidade e compromisso com meu partido. Isso não significa que anuirei tudo de olhos vendados. Além de valores pessoais e de luta política que vêm de todo meu histórico de vida, este mandato também tem um conselho político externo e buscará tomar as decisões de maneira colegiada, embora a responsabilidade por tais decisões seja minha. 

CURIOSIDADES SOBRE A VEREADORA: 

Um ídolo?
Minha mãe, Dona Angelina! 

Inspiração política?
Luiza Erundina e Dilma Roussef 

Time do coração?
Ferroviária. 

Um livro de cabeceira?
O Menino do Dedo Verde, Mauricie Druon e Cidades Rebeldes, David Harvey.

Estilo musical preferido?
MPB, Indie Rock, Rock e samba. 

Em apenas uma palavra, no seu mandato na Câmara não pode faltar?
Coletividade.

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Walter Strozzi
Walter Strozzihttp://www.acidadeon.com/araraquara
Formado em Jornalismo pela Uniara (Universidade de Araraquara), Walter Strozzi é repórter no acidade on desde 2018. Anteriormente atuou na Tribuna Impressa, Assessoria de Comunicação da Câmara Municipal e CBN Araraquara.
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