Com a definição dos candidatos à Prefeitura e à Câmara Municipal de Araraquara, os eleitores começaram a se deparar com os nomes que pretendem disputar sua preferência nas urnas. E para chamar a atenção, vale praticamente tudo, até mesmo apostar em nomes considerados inusitados.
Dos cinco postulantes ao Executivo e dos 269 concorrentes a uma vaga no Legislativo, ao menos 12 capricharam na escolha dos nomes que aparecerão na urna: Batman (DC), Edilce Frozen (PCdoB), Edson Jaspion (PRD), Joacir Marmitão (Podemos), Marli Shampoo (Progressistas), Ricardão do Povão (DC), Romarinho (DC), Sena de Bueno (PSOL), Simone Bronze (MDB), Tim Maia (PSDB), Zé Carlos Wolverine (Podemos) e Zé Macaco (PSD).
Segundo as regras válidas para as eleições de 2024, o nome que consta na urna eletrônica deve ter no máximo 30 caracteres, incluindo espaços. Pode ser o prenome, sobrenome, cognome, nome abreviado, apelido ou nome pelo qual o candidato é mais conhecido, desde que não deixe dúvidas quanto à sua identidade, não atente contra o pudor e não seja ridículo ou irreverente. O nome também não pode citar quaisquer órgãos públicos.
Na avaliação do cientista político Bruno Silva, o uso de nomes que soam anedóticos por candidatos tem o objetivo de reforçar uma marca associada a uma característica — seja física ou comportamental — além de ganhar os holofotes na imprensa e nas redes sociais.
“É possível perceber candidatos com vários slogans ou ‘marcas características’. Em nível nacional, há centenas de exemplos, como aqueles que vão para as urnas com seu nome acompanhado de ‘Lula’ ou ‘Bolsonaro’. Muitos optam por usar o nome pelo qual são popularmente conhecidos em suas comunidades para gerar rápida identificação. Outros, conhecidos por suas profissões, adotam nomes como ‘farmacêutico’, ‘professor’ ou ‘doutor’. Essa estratégia é importante do ponto de vista eleitoral, embora seja curiosa para os eleitores”, analisou o especialista.
Outro ponto relevante apontado por Bruno Silva é a escolha do número de urna pelos candidatos. Ele explica que existe uma disputa acirrada por certas combinações antes mesmo das convenções partidárias.
“Os dois primeiros números são sempre do partido político, mas os outros números comumente são alvo de disputas internas nas siglas. Isso porque, na campanha eleitoral, um número mais simples ou de fácil assimilação pode beneficiar o candidato mais do que um número aleatório. Exemplos não faltam, como a disputa pelos três números após o do partido, como é o caso da sequência ‘000’ ou ‘123’. No caso de alguns identificados com corporações, como militares, há disputas em torno do ‘190’ ou de bombeiros pelo ‘193’”, concluiu.
Dados da Justiça Eleitoral indicam que Araraquara é a segunda maior cidade da região central do estado em número de eleitores. Ao todo, 169.925 pessoas devem ir às urnas no dia 6 de outubro para escolher prefeito, vice-prefeito e vereadores. Como a cidade ainda não atingiu o número de 200 mil eleitores, não haverá segundo turno.