O depoimento do hacker Walter Delgatti Neto, o Vermelho, à CPMI (Comissão Parlamentar Mista de Inquérito) dos Atos Golpistas, no Congresso Nacional, foi adiado em sete dias e só deve acontecer na próxima quinta-feira (17). Enquanto isso, ele continua preso no CDP (Centro de Detenção Provisória) de Araraquara.
A convocação do hacker foi proposta pelo deputado federal Rogério Correia (PT-MG), foi aprovada pelos membros da comissão na última quinta-feira (3) e deveria acontecer no dia 10. Mas foi remarcado.
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Segundo a relatora da CPMI, senadora Eliziane Gama (PSD-MA), o depoimento foi adiado por complexidades logísticas que impediam a chegada de Delgatti Neto à Brasília.
“Há uma complexidade em torno da vinda dele porque ele está preso, então, tem toda uma logística para que possa efetivar a chegada dele aqui”, disse em entrevista a jornalistas.
O advogado, Ariovaldo Moreira, disse ao acidade on que está na capital federal tentando reverter a prisão preventiva do seu cliente. Segundo ele, Walter deve permanecer preso até segunda ou terça-feira (15) e depois seguir para Brasília.
A PRISÃO
Walter Delgatti Neto foi preso no dia 2 de agosto, na Vila Xavier, por determinação do ministro do STF (Supremo Tribunal Federal), Alexandre de Moraes. A prisão aconteceu na esteira da Operação 3FA que investiga a prática de crimes como invasão de dispositivo de informática e falsidade ideológica.
Segundo a PF, entre os dias 4 e 6 de janeiro deste ano, sistemas do CNJ (Conselho Nacional de Justiça) e do Banco Nacional de Mandados de Prisão foram invadidos e documentos e alvarás de soltura falsos foram inseridos indevidamente.
Na ocasião, Ariovaldo Moreira explicou que Delgatti havia se manifestado sobre a invasão do sistema do CNJ, mas negado qualquer participação na inserção de documentos falsos.
HACKER DE ARARAQUARA
Walter Delgatti Neto é conhecido por ter dado origem à chamada “Vaza Jato” ao invadir telefones de autoridades envolvidas com a operação Lava Jato, como o ex-juiz e, hoje, senador Sérgio Moro (União Brasil-PR).
O hacker foi preso pela PF durante a Operação Spoofing em 2019. Em setembro de 2020, passou a responder ao processo em liberdade, mas utilizando tornozeleira eletrônica e proibido de usar internet.
Por descumprir estas medidas, ele voltou a ser preso em junho deste ano, foi solto no dia 10 de julho e permanece preso no CDP de Araraquara.
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