O pré-candidato ao governo de São Paulo, Guilherme Boulos, visitou a cidade de Araraquara nesta terça-feira (10). O político é visto como alternativa para representar a esquerda paulista.
Além de reunião com o prefeito de Araraquara, Edinho Silva (PT), o psolista se encontrou com dirigentes do PC do B, almoçou com vereadores e teve encontro com lideranças da região.
A visita de Boulos acontece após um dia da passagem de Fernando Haddad (PT) em Araraquara, também pré-candidato ao governo do Estado de SP.
Ambos se solidarizaram com o pedido de impeachment patrocinado pelo grupo bolsonarista – Eduardo Bolsonaro (PSL) assinou o pedido – e rejeitado pela Câmara por 13 votos a 4.
“O que fizeram em Araraquara é mais um gesto de desespero, porque a cidade foi uma referência nacional em relação às medidas de proteção sanitária com o lockdown no período da pandemia. Contrariou o discurso negacionista do Bolsonaro que levou a 560 mil mortes, por isso atacaram o Edinho e a cidade com esse pedido absurdo e sem sentido de impeachment que foi negado já no dia seguinte. Essa turma do Eduardo Bolsonaro deveria se preocupara com os assuntos nacionais e legislar e não vir tumultuar aqui em Araraquara”, defendeu.
CRÍTICAS A BOLSONARO
Guilherme Boulos criticou o desfile militar com tanques de guerra que o presidente Jair Bolsonaro participou nesta manhã de terça-feira (10), em frente a Esplanada dos Ministérios, em Brasília.
O presidente pressiona a Câmara dos Deputados que realiza hoje a votação da Proposta de Emenda à Constituição 135/19, a PEC do Voto Impresso.
“O Bolsonaro apela para o golpismo por desespero, ele tem 25% de aprovação. Ele quer brincar com fogo e jogar com setores das forças armadas com esse desfile horrendo que teve na Esplanada dos Ministérios. O discurso do voto impresso é um discurso de perdedor, de alguém que quer mobilizar a sua base e tentar uma aventura golpista, temos que dizer não, e desde já colocar uma barreira democrática a essa ofensiva do bolsonarismo que é lamentável”, frisou.
Boulos aproveitou para cobrar mobilização dos setores da Câmara dos Deputados. “Espero que isso mobilize os próprios setores da própria câmara dos deputados a começar pelo presidente a começar pautar o mais de 120 pedidos de impeachment”, finalizou.
CORRIDA AO GOVERNO DE SP
Ao comentar sobre a conjuntura política do Estado de São Paulo, Boulos considerou que o momento é histórico para o campo progressista, abrindo caminho para a esquerda vencer as eleições em 2022.
“Temos uma oportunidade histórica de pela primeira vez o campo progressista e da esquerda ganhar as eleições em são Paulo, tem o cansaço com o PSDB, são 25 anos de paralisia de falta de projeto e falta de planejamento inclusive regional”, apontou.
Boulos atacou o governador João Dória (PSDB) e o que classificou como “coronelismo tucano” com o interior paulista.
“O tipo de relação que o governo do PSDB tem com o interior é um relação clientelista, um coronelismo tucano, não tem política permanente, não tem transparência. Chega na época de eleição libera recurso em troca de apoio eleitoral, é assim que eles sustentam a máquina para se reeleger. Ninguém aguenta mais esse projeto, e isso tá expresso com a rejeição com Dória no Estado de São Paulo, o campo progressista tem aparecido muito bem nas pesquisas, e em algumas delas aparecemos na frente”, comentou.
O político segue em caravana da pré-campanha para Ribeirão Preto e Franca. Na segunda-feira (09), ele esteve em São Carlos.
“Estou muito empenhado, rodando o interior para escutar os problemas e pensar juntos as soluções e ajudar a construir esse projeto para São Paulo”, disse.