“Se estão salientando que é muito pouco o que a gente oferece, foi muito o que o sindicato pediu”. A declaração é da secretária municipal de Governo, Planejamento e Finanças, Juliana Agatte, em entrevista à CBN, em relação às negociações da data-base com o funcionalismo.
Segundo ela, o sindicato dos Servidores Municipais de Araraquara (Sismar) apresentou uma proposta “inexequível” e “impossível de incorporar ao orçamento”, e que provocaria um aumento de R$280 milhões ao ano nos cofres da administração.
“É justo, é responsável, que a gente traga como proposta um pacote de benefícios que represente R$55 milhões ao ano, ou seja, na ordem de 14,5% do nosso orçamento. Foi esta a proposta que a gente trouxe, apresentou para o sindicato, abriu a mesa de negociação, protocolou, pediu que fosse apresentada a base dos servidores e ficamos no aguardo de uma contraproposta”, defende.
“A gente trouxe uma proposta factível e que pudesse ser realizada ao longo do tempo”, completa.
Juliana Agatte afirma ainda que o município sempre esteve aberto às tratativas, mas que “o próprio sindicato estava interrompendo qualquer possibilidade de diálogo [ao paralisar as atividades na última segunda-feira, 11]”, justifica.
“Na realidade, em nenhum momento a gente se fechou ao diálogo. A gente aguardou o retorno [da nossa proposta], mas o sindicato fez assembleia, paralisou, sem comunicar a prefeitura”, defende.
De acordo com a secretária, o sindicato protocolou documento, na tarde da última segunda-feira (11), após assembleia, que ainda será analisado internamente.
Juliana Agatte voltou a apontar as despesas do município no enfrentamento à pandemia, e os precatórios que devem ser pagos pela administração municipal, como agravantes que inviabilizam a pauta de reinvindicações da categoria.
“A gente tem conhecimento do que o cenário atual afeta o poder de compra dos trabalhadores, o poder de compra das pessoas. Por outro lado, para prefeitura, também é mais difícil comprar: remédios, materiais de construção, as empresas entram com aditamento de contrato, reajuste de preço, realinhamento”, afirma.
Entre ativos e inativos, são oito mil servidores públicos. Caso a proposta do sindicato fosse aceita, os gastos com a folha de pagamento seriam a terceira maior despesa do município, atrás apenas da Educação e Saúde.
O QUE A PREFEITURA PROPÕE?
Reajuste de 33,45% do piso salarial do funcionalismo;
Reajuste retroativo de janeiro de 2022 de 33,24% no piso salarial do magistério da rede pública de educação básica;
Reajuste de 5% no dissídio coletivo;
Aumento de 11,11% no vale-alimentação, que passará para R$ 600;
Política de promoção de classe PCCV;
Enquadramentos do PCCV com redução de 10% na carga horária;
Implementação da hora aula de 50 minutos para professores da educação infantil;
Gratificação de função na atividade de professor formador (20%);
Aumento de 10 pontos percentuais no adicional para os profissionais da educação que atuam no campo;
QUAL A PAUTA DO SINDICATO?
Reposição da inflação desde julho de 2019;
Vale-alimentação de R$ 840;
Aumento real de 14%;
Instituição de uma política de recuperação de perdas salariais – pelos anos nos quais não houve reajuste ou o reajuste foi abaixo da inflação;
Elevação do prêmio assiduidade para R$ 200 mensais para todos os servidores;
Instituição do 13º vale-alimentação