A Fundação Municipal Irene Siqueira Alves “Vovó Mocinha” (FunGota), responsável por administrar o Hospital de Solidariedade, em Araraquara, pede para a Câmara apurar a conduta do vereador Lineu Carlos de Assis (Podemos), em visita à unidade na última sexta-feira (27).
Na oportunidade, o parlamentar esteve no hospital, referência para tratar pacientes graves com covid-19, para verificar uma denúncia de suposto depósito com respiradores encaixotados.
A visita virou caso de Polícia, com o registro de ocorrência pelo vereador e acabou encaminhado pela Prefeitura ao Ministério Público do Estado de São Paulo.
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Desta vez, a FunGota pede para que a mesa diretora da Casa de Leis verifique a conduta do parlamentar. Segundo o documento, a visita ocorreu de forma “extremamente tumultuada”.
“Valendo-se abusivamente de sua condição de parlamentar, destratou e ameaçou funcionários da FUNGOTA, exigindo o acesso a áreas de acesso controlado do hospital, sob o pretexto de estar apurando a suposta denúncia”, diz trecho do pedido à Câmara.
VEJA COMO FOI A VISITA DO VEREADOR AO HOSPITAL DE CAMPANHA:
A responsável pelo hospital de campanha reforça para a mesa diretoria que havia outras formas do parlamentar exercer seu direito de fiscalização sem colocar em risco sua saúde.
Com isso, a FunGota elenca que o comportamento dele aponta para abuso de suas prerrogativas como parlamentar, por ter “tentado invadir uma repartição pública”.
O documento cita também que Lineu teria constrangido, perturbado e coagido agentes públicos que estavam desempenhando seus trabalhos no hospital.
Por fim, o pedido ao Legislativo aponta que o parlamentar menospreza as regras impostas pelo município e que teria atentado contra a saúde pública municipal em meio à pandemia.
A FunGota pede apuração de suposta infração ético-disciplinar pelo vereador e anexa cópia de imagens, boletim de ocorrência e relação de funcionários que presenciaram o ocorrido.
Procurado pela reportagem, o vereador Lineu Carlos de Assis desmente a versão apresentada pela FunGota sobre possível abuso durante fiscalização no Campanha.
Sobre o próximo passo na Câmara, o presidente, Aluisio Braz, o Boi (MDB), confirma o protocolo pela FunGota e afirma que ele ainda será analisado pela mesa diretora.