Walter Delgatti Neto começou a ser ouvido, na manhã desta quinta-feira (17), pela CPMI (Comissão Parlamentar Mista de Inquérito) dos Atos Golpistas de 8 de janeiro. Desde o início de seu depoimento, ele falou sobre sua relação com a deputada federal Carla Zambeli (PL-SP) e com o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), além de abordar assuntos relacionados às urnas eletrônicas.
Delgatti foi preso pela terceira vez no dia 2 de agosto durante a Operação 3FA deflagrada pela Polícia Federal. Desde então, ele estava preso no CDP (Centro de Detenção Provisória) de Araraquara.
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Na última quarta-feira (16), Delgatti embarcou para Brasília do aeroporto Bartolomeu de Gusmão. À tarde, ele prestou depoimento na sede da PF por mais de quatro horas.
Segundo o advogado Ariovaldo Moreira, o depoimento foi um complemento ao que já havia dito aos investigadores em junho deste ano. Nesta segunda oitiva, ele afirmou ter recebido mais de R$ 40 mil da deputada federal Carla Zambelli para invadir sistemas do judiciário.
“Obviamente, ser for questionado, ele deve sim abordar este assunto, deste relacionamento, desta relação comercial que ele teve com a Carla Zambelli e também com outras pessoas que estavam ao lado do ex-presidente Jair Bolsonaro”, disse o advogado à TV Senado antes do início da sessão da CPMI.
A defesa conseguiu junto ao STF (Supremo Tribunal Federal) que Delgatti tivesse o direito de permanecer em silêncio na comissão. O ministro Edson Fachini determinou ainda que o hacker não sofra constrangimentos físicos ou morais ao permanecer calado diante das perguntas, porém, o hacker tem respondido as perguntas.
“O objetivo principal é que ele não sofra nenhum constrangimento enquanto preste este serviço ao nosso país“, afirmou o advogado.
Segundo Ariovaldo Moreira, “à princípio, o Walter vai esclarecer os pontos obscuros na época em que esteve em Brasília, onde esteve com algumas pessoas do núcleo bolsonarista […] ele deve falar tão somente o que diz respeito ao tempo que esteve com Jair Bolsonaro, quando esteve com a Carla Zambelli e alguns militares que o receberam na capital federal.”
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