Walter Delgatti Neto, o Vermelho, foi condenado pela 1ª Vara Federal em Araraquara por calúnia contra o procurador da República Januário Paludo. A pena é de 1 ano, 1 mês e 10 dias de detenção em regime semiaberto.
Em entrevista publicada pela Veja, em 13 de dezembro de 2019, Delgatti afirmou ter um áudio que comprovaria que o procurador aceitou dinheiro indevidamente para dar andamento a um acordo de colaboração premiada com o investigado Renato de Souza Duque, ex-diretor da Petrobras, durante a Operação Lava Jato.
Porém, a Justiça entendeu que a acusação é falsa e condenou Delgatti pelas declarações.
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A defesa de Walter Delgatti alegou na ação que o réu não teve a intenção de ofender a honra do servidor público, pois acreditava que o áudio a que tivera acesso retratava um caso de corrupção passiva, e suas declarações se deram apenas no intuito de narrar o que acreditava ter descoberto.
A defesa do hacker disse ao g1 que a decisão cabe recurso, mas que não iria comentar o conteúdo da sentença sem autorização do réu.
Delgatti está preso, desde agosto deste ano, por suspeita de invadir sistemas eletrônicos do poder Judiciário, a pedido da deputada federal Carla Zambelli (PL-SP).
OPERAÇÃO SPOOFING
No mês passado, o hacker já tinha sido condenado a 20 anos e 1 mês de prisão pelos crimes descobertos durante a Operação Spoofing, que investigava o vazamento de conversas de autoridades ligadas à Operação Lava Jato.
Em 2019, quando a operação foi deflagrada, Delgatti admitiu à Polícia Federal que entrou nas contas de procuradores da Lava Jato e repassou mensagens ao site The Intercept Brasil, sem ter alterado o conteúdo e recebido qualquer pagamento.
O juiz da sentença na Operação Spoofing, Ricardo Augusto Soares Leites, substituto da 10ª Vara Federal do Distrito Federal, afirmou que ficou comprovado que autoridades foram hackeadas e que a amplitude das vítimas “poderia render inúmeras ocasiões de extorsões”.
Além de Delgatti, também foram condenadas Gustavo Henrique Elias Santos, Thiago Eliezer Martins Santos, Suelen Priscila De Oliveira e Danilo Cristiano Marques. As penas variam de 6 a 18 anos de prisão. (Com informações do g1)
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