A secretária da Saúde, Eliana Honain, defendeu o retorno presencial das aulas nas escolas de Araraquara, nesta quinta-feira (6), na Câmara Municipal.
De acordo com a responsável pelo Comitê de Contingência do Coronavírus, nenhuma medida é colocada sem ter respaldo na comunidade científica.
Honain ressalta que além do comitê, o assunto foi discutido em uma comissão para organizar responsável por construir o protocolo de retorno às aulas.
Durante sua fala, ao citar um diálogo com o especialista Gonzalo Vecina, Honain comparou profissionais da Educação com os da Saúde, que atuam na linha de frente da covid-19.
“Ele[Vecina] mesmo nos disse que foi favorável a suspensão das aulas e hoje diz que o retorno tem que ser realizado, com os cuidados necessários, porque a situação educacional do país é gritante”, relembra.
ASSISTA A AUDIÊNCIA PÚBLICA NA CÂMARA SOBRE A VOLTA ÀS AULAS:
Em outro momento de sua fala, Honain ressalta a testagem realizada na comunidade escolar de Araraquara. Segundo ela, nenhuma outra cidade tem aplicado modelo semelhante.
“Nem os profissionais da Saúde, quando estavam atuando e não tinha vacina eram testados com a frequência proposta pela secretaria da Educação. Os cuidados estão sendo tomados”, diz.
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Eliana Honain dividiu seu tempo na audiência pública com Mariana Carvalho, membro do comitê científico de enfrentamento à doença na cidade de Araraquara.
“Estudamos muito no Comitê, foi uma equipe técnica muito rica de infectologistas e pneumologistas, nós lemos mais de 60 artigos científicos que nos demonstraram de maneira geral que a escola fechada não diminuiu o risco transmissibilidade entre as crianças”, afirma.
“Sabemos que elas [crianças] têm um risco de transmissibilidade mais baixa que em adultos, até por serem assintomáticas, o risco de transmitir para um adulto é menor que 5% e os Países que tiveram aumento nos casos, quando fecharam as escolas, não tiveram redução nos casos, quando comparada a outras medidas importantes”, completa.
Segundo Carvalho, os estudos e experiências acumuladas até aqui apontam que cumpridos os protocolos elaborados pelo comitê científico, o ambiente escolar é seguro.
“É um protocolo em que todos utilizam máscara, álcool em gel a disposição, lavagem de mãos, distanciamento, então se a criança e o professor ficarem de máscara durante todo o tempo não vai ter transmissibilidade. É isso que precisa deixar claro”, defende.
“A transmissibilidade acontece se houver uma fragilidade e falta de fiscalização na escola para que os protocolos não sejam cumpridos. Baseado nisso tudo e dando todo o apoio que vimos que a escola aberta ou fechada não vai aumentar o risco de transmissão”, conclui.
A audiência pública ocorre, nesta quinta, para debater a situação do retorno presencial das aulas. O encontro foi convocado por Fabi Virgílio (PT), Guilherme Bianco (PC do B) e João Clemente (PSDB). O debate reuniu lideranças políticas, servidores e pais de alunos.