O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), deve visitar Araraquara para assinar a ordem de serviço para início das obras contra enchentes na Avenida Maria Antônia Camargo de Oliveira, a Via Expressa. Inicialmente, a agenda está marcada para dia 24 de maio.
A informação foi dada pelo prefeito de Araraquara, Edinho Silva (PT), nesta quinta-feira (2), durante o ato de assinatura do termo de compromisso de cessão da área de 2,5 quilômetros do antigo Pátio de Manobras para a Prefeitura. O espaço deve receber uma das quatro lagoas de contenção de enchentes previstas no projeto de recuperação dos canais da Via Expressa.
Ao todo, a obra contará com investimento de R$ 143 milhões, liberados a fundo perdido pelo Governo Federal. Também estão previstas, em outras fases, a recuperação e a construção de novas pontes, melhorias nos canais do Ribeirão do Ouro, Córrego da Servidão, Córrego do Capão do Paiva e no emissário de esgoto bruto ao longo do Ribeirão do Ouro.
“Sofremos muito no final de 2022, começo de 2023 com as enchentes, inclusive, o presidente Lula visitava a cidade em 8 de janeiro, quando Brasília vivenciou toda aquela afronta a democracia e o ministro das Cidades Jader [Filho] liberou recursos a pedido do presidente para que pudéssemos realizar uma obra grande de contenção de enchentes”, introduziu.
Caso confirmado, essa será a segunda visita de Lula após assumir seu terceiro mandato como presidente da República. No ano passado, em 8 de janeiro, o chefe de Estado visitou os pontos atingidos pelas fortes chuvas e acabou surpreendido pelos ataques às sedes dos Três Poderes em Brasília. A visita na oportunidade foi suspensa e Lula assinou um decreto de intervenção nas forças de segurança do Distrito Federal do gabinete de seu correligionário, em Araraquara.
QUAL A INTERVENÇÃO NA VIA EXPRESSA?
Anunciado no meio do ano passado, o projeto executivo prevê entre as obras de macrodrenagem do canal do Ribeirão do Ouro, a reconstrução do canal da Via Expressa, em toda a sua extensão que passa atrás do Terminal Rodoviário, até a avenida Domingos Zanin. Prevê ainda a construção de três novas pontes, na Rua Capitão José Sabino Sampaio, na saída da Cutrale; na Rua Walter Rodrigues Mourão, na ponte que vai para o residencial dos Oitis, e na Rua Imaculada Conceição. Ainda no canal do Ribeirão do Ouro, será realizado aprofundamento das fundações da ponte da Via Expressa em frente ao antigo Tropical Shopping, da ponte na Rua Miguel Cortez e da ponte da Avenida Domingos Zanin.
Uma quarta ponte também será construída na Via Expressa, sobre o Córrego no Capão do Paiva, com instalação de 2 linhas de aduelas. No local, que é ligação da Via Expressa com a Domingos Zanin, entrada da cidade pela Via Expressa, pouco antes do Terminal Rodoviário, o Capão do Paiva se encontra com o Ribeirão do Ouro. Trata-se de ponto de risco, de alagamento nos períodos de chuvas fortes, porque a tubulação é antiga e estreita, sendo necessário o aumento da vazão com instalação de duas linhas de aduelas.
E ainda será feita a ampliação da travessia sob a rodovia Washington Luís (SP-310), com implantação de três linhas de aduelas, também por método não destrutivo. Ali o Córrego das Cruzes passa embaixo da WL.
O projeto também aponta a construção de quatro reservatórios de detenção de cheias ou lagos de retenção. Três delas no Ribeirão do Ouro, em áreas localizadas entre a Vila Renata e o Yolanda Ópice, no Parque São Paulo e a terceira numa área triangular localizada entre o Parque São Paulo, Abdo Najm e SP-310.
E o quarto e maior reservatório de detenção de cheias no Córrego da Servidão, de 120 metros de extensão, será construído em área da Rumo, na altura do antigo pátio de manobras, na Via Expressa. A construção deste lago de retenção vai marcar o início do projeto do Parque dos Trilhos que deverá ocupar aquela área.
Também constam no projeto obras de esgotamento sanitário no Ribeirão do Ouro, com remanejamento do emissário de esgoto bruto e remanejamento de dois sifões invertidos; obras de ampliação do canal do Córrego da Servidão na Via Expressa, e implantação de poços de inspeção ao longo do canal para criar mais pontos de acesso, assim como recuperação das lajes de fundo, paredes, revestimentos e patologias do canal do córrego da Servidão.