A Prefeitura de Araraquara arrecadou pouco mais de R$ 279 milhões nos primeiros três meses de 2021. A informação consta em planilha publicada no site da administração municipal.
Os números apontam que entre janeiro e março deste ano, a cidade teve R$ 279,1 milhões de receitas e R$ 362,9 milhões de despesa empenhada, resultando em déficit de R$ 83,7 milhões.
Quando o assunto é receita liquidada, o número chega a R$ 194,5 milhões, enquanto a despesa paga atinge apenas R$ 134,2 milhões.
As principais receitas do município no período são oriundas do Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU), com R$ 47,8 milhões; Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza (ISSQN), de R$ 20,8 milhões; Fundo de Participação dos Municípios (FPM) de R$ 23 milhões; Imposto sobre Circulação de Mercadorias (ICMS), de R$ 56 milhões; e R$ 39,4 milhões de Imposto sobre Propriedade de Veículo Automotor (IPVA).
Na comparação entre o arrecado em 2021 com o mesmo período do ano passado, a Prefeitura apresenta aumento de 16,64% na arrecadação total.
Em 2020 foram R$ 239,3 milhões contra R$ 279,1 milhões deste ano. A diferença é puxada pelos meses de janeiro e março, que tiveram arrecadação acima do que o ano anterior.
‘É PRECISO CAUTELA’
Na avaliação do especialista em administração pública Matheus Delbon, a projeção de crescimento na arrecadação feita pela Prefeitura em um cenário de pandemia é preocupante.
Segundo ele, embora tenha tributos municipais fixos, há perspectiva de aumento na inadimplência e queda na arrecadação do Imposto sobre Serviços e Qualquer Natureza (ISSQN).
Delbon considera que há aumentos pontuais de impostos, não representando tendência, o que exige prudência do administrador público municipal.
“Houve otimismo no início do ano, as vendas de fim de ano também não foram ruins, a pandemia em abril que piorou e a Prefeitura tem que ser muito prudente, porque se esse aumento estava estagnado, ninguém sabia direito o que ia acontecer”, explica.
“Ao passar a pandemia, vamos ter um aumento na arrecadação e economia porque tem consumo represado. As pessoas estão loucas para sair e viajar, assim que puder, vai consumir e isso gera impostos. Deve ter uma posição de cautela, até porque não sabemos exatamente os gastos sociais que vamos ter a longo prazo”, finaliza.