A Prefeitura de Araraquara decidiu manter a contraproposta apresentada para a data-base 2022, conforme ofício divulgado na última terça-feira (03) pelo sindicato da categoria.
O documento assinado pelo secretário de Administração Adriano Altieri e a secretária de Governo, Planejamento e Finanças Juliana Agatte apresenta oito propostas aos servidores.
“Como já mencionado anteriormente, o Município enfrenta situação que beira a insustentabilidade financeira e orçamentária por conta dos robustos gastos com saúde, na ordem de 45% do orçamento, sobretudo pela pandemia da covid-19 e do crescimento de casos de dengue, do estoque de precatório a ser saldado pelo Município, que só em 2021 foi na proporção de R$ 48 milhões, com previsão de mais R$ 40 milhões para 2022”, disse.
A administração municipal disse estar ciente da crise econômica global e apontou no documento que os ajustes foram feitos após novos estudos e análise de possibilidades.
Apesar disso, manteve a contraproposta feita há duas semanas e também o possível reajuste em 5% nos salários dos trabalhadores a partir de agosto (ver íntegra abaixo).
NOVA CONVERSA COM A CÂMARA
Representantes do Sindicato dos Servidores Municipais de Araraquara e Região (Sismar) e a comissão de trabalhadores se reuniram hoje com o presidente da Câmara, Aluísio Braz, o Boi (MDB), para tratar sobre a proposta. Boi é uma espécie de interlocutor da data-base.
Na saída do encontro realizado na Casa de Leis, os representantes disseram que existe um compromisso para não ser votada qualquer proposta relacionada à data-base antes de explicações do Executivo sobre os pontos apresentados aos trabalhadores.
“Fomos enfáticos que precisamos sentar à mesa com a administração, seus secretários para tentarmos deixar essa proposta no mínimo aceitável. O Boi disse que vai interceder para que sente à mesa e dialogue”, disse Renata Barbosa, representante da comissão.
Já o presidente do Sismar, Gustavo Jacobucci, explicou que a entidade ainda não vai chamar assembleia para deliberar sobre a proposta, visto que considera serem necessárias novas explicações da administração municipal sobre o que foi protocolado ontem.
“Queremos conversar, sentar à mesa porque como falamos, tem um monte de coisa estranha nesse documento, coisas faltando em vista do primeiro e queremos a explicação e o detalhamento para depois colocar em votação com a categoria”, finalizou.
Ao acidade on, o presidente da Câmara confirmou que não deve ser pautado um novo projeto de lei sobre o tema e que os vereadores vão intermediar novo encontro entre as partes.
“A Câmara se comprometeu, caso seja protocolado algum projeto entre hoje e amanhã de não votar terça e interlocução com os secretários para poderem construir uma redação que consiga acrescentar melhoria para os servidores”, pontuou.
Aluísio Boi disse ainda que se reuniu com o prefeito para explicar o posicionamento da maioria dos vereadores sobre o reajuste e colocou a Casa de Leis a disposição para colaborar.
“No que depender da Câmara de projetos que possam melhorar a arrecadação, vou te dar o exemplo de áreas espalhadas e são da Prefeitura e não tem finalidade, que está levando sujeita e mato, que ela possa vender e entre um recurso”, completou.
Procurada, a Prefeitura de Araraquara não respondeu até o fechamento da reportagem sobre o documento protocolado ao Sismar. Tão logo isso ocorra, uma atualização vai ser publicada.
CONFIRA OS PONTOS OFERECIDOS PELA PREFEITURA
– Reajuste do piso salarial do funcionalismo, que passará de R$ 1.089 para R$ 1.302, no mês de junho;
– Reajuste retroativo de janeiro de 2022 de 33,24% no piso salarial do magistério da rede pública de educação básica, que passará a R$ 3.845,66;
– Reajuste de 5% no dissídio coletivo em agosto de 2022;
– Aumento de 37% no valor recebido no cartão-alimentação em junho de 2022 para todos os servidores. O valor recebido no cartão-alimentação passará de R$ 540 para R$ 740: R$ 420 para R$ 440; e o bônus-alimentação, vinculado à assiduidade, passará de R$ 120 para R$ 300; a perda do bônus-alimentação somente se dará com a apresentação do 3º atestado no mês;
– política de promoção de classe Plano de Cargos, Carreiras e Vencimentos (PCCV);
– enquadramento do PCCV com redução de 10% na carga horária (aumento indireto de 10% no salário); a jornada padrão passará de 40 horas semanais para 36 horas semanais, sem redução salarial, significando aumento indireto de 10%;
– gratificação de função na atividade de professor formador (20%);
– aumento no adicional para os profissionais que atuam no campo (de 10 para 20%).
